Terras raras: empresa novata arremata 116 áreas de minerais críticos no país
3D Minerals foi criada há menos de dois anos garantiu o direito de pesquisar 101 áreas de cobre, 13 de níquel e duas de tântalo

Uma empresa quase desconhecida, criada há menos de dois anos em Belo Horizonte, chamou atenção no último leilão da Agência Nacional de Mineração (ANM). A 3D Minerals, registrada em 20 de junho de 2024 com capital social de apenas R$ 5 mil, arrematou sozinha 116 áreas de minerais críticos em diferentes estados do país, somando 6,4 mil km² sob sua gestão.
A área equivale a mais de quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo e supera em 12% o território do Distrito Federal. A companhia gastou 54,8 milhões de reais pelos lances, concentrando a maior parte das apostas em Mato Grosso (61 áreas). Também levou terrenos na Bahia (22), Pará (18), Goiás (9), Paraíba (2), Roraima (3) e Rondônia (1).
A 3D Minerals garantiu o direito de pesquisar 101 áreas de cobre, 13 de níquel e duas de tântalo, todos minerais considerados estratégicos em cadeias globais de tecnologia, defesa e energia. A legislação prevê que a empresa mantenha o controle por quatro anos, prorrogáveis, com possibilidade de transferir os direitos a terceiros.
Apesar da dimensão do resultado, a companhia não tem histórico no setor. O endereço registrado em Belo Horizonte abriga, segundo um funcionário ouvido pela reportagem do jornal, diferentes empresas da família Wanderley, sócios da 3D Minerals. O prédio funciona como um “coworking” particular. O site da empresa não traz informações.
No mesmo leilão, a 3A Mining ficou em segundo lugar entre os interessados em minerais críticos, com 40 áreas arrematadas. A empresa tem capital social de 95,9 milhões de reais e operações conhecidas em cidades como Corumbá (MS). Em seguida, aparece a Gestão de Ativos Brasil, de Santa Catarina, com 17 áreas conquistadas e histórico em autorizações ligadas a terras raras.