Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Terapia de choque: os desafios dos planos de saúde na pandemia

O aumento dos preços assusta os clientes e novos modelos de serviços tentam evitar debandada no setor

Por Larissa Quintino, Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h52 - Publicado em 5 fev 2021, 06h00

Saúde foi o grande tema do último ano. E uma das consequências da pandemia de Covid-19 foi o aumento da procura por planos de saúde, revertendo uma tendência de queda que se arrastava por seis anos. Em 2020, entraram no sistema privado 560 000 novos usuários. Dessa forma, a cobertura atingiu 47,6 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população. “O importante agora é saber como manter e ampliar essa base de segurados, o grande desafio dos próximos anos”, afirma Marcos Novais, superintendente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). Desde 2014, a prolongada crise econômica e seu impacto no mercado de trabalho fizeram com que muitos dos usuários perdessem seu plano de saúde junto com o emprego — 65% dos beneficiários têm planos empresariais.

EXPLOSÃO - IPO da Hapvida: empresa articula fusão com a NotreDame Intermédica -
EXPLOSÃO - IPO da Hapvida: empresa articula fusão com a NotreDame Intermédica – (B3/Divulgação)

Por isso, o aumento da base de clientes, mesmo que um tímido 1,2% em relação a 2019, pareceu tão auspicioso. A preocupação é se os altos preços dos planos permitirão uma retomada mais consistente. Há motivos para atenção quanto a uma fuga de clientes nos próximos meses. Ao fim de 2019, o preço médio de um contrato era de 367,76 reais por usuário, cerca de um terço do salário mínimo. Anualmente, a Agência Nacional de Saúde (ANS) autoriza um aumento de preços dos planos individuais de acordo com a evolução da inflação de produtos e serviços da área médica. Para 2020, o reajuste autorizado foi de 8,14%.

Apesar do crescimento de usuários, a crise causada pelo novo coronavírus teve impacto financeiro nas operadoras, que agora buscam reaver suas perdas. A ANS adiou a correção de 2020 para janeiro deste ano. Muitos dos clientes, além de pagar por essa fatura, terão de arcar com novo aumento, relativo a 2021, ainda este ano. Além disso, terão de acertar os oito meses relativos ao congelamento de preços aplicado no setor durante o ano passado. Se o aumento autorizado para 2021 se mantiver no mesmo ritmo de 2020, esse usuário verá os seus boletos corrigidos em mais de 16%.

Arte Planos de Saúde

Continua após a publicidade

Para responder a esses desafios, o setor aposta em fusões e em novos modelos de negócios. Como os planos que têm preços regulados pela ANS são exatamente os voltados para pessoas físicas, as operadoras nos últimos anos gradualmente foram abandonando essas ofertas. A Qualicorp, por exemplo, fez sucesso vendendo contratos a associações de profissionais. A Amil, controlada pela americana UnitedHealth, chegou a ter a sua carteira de planos individuais posta à venda, e depois desistiu do negócio quando percebeu que precisaria pagar, pelo menos, 350 milhões de dólares para quem aceitasse assumir a operação, que era deficitária. Mas essa lacuna de mercado começou a atrair interessados e levou ao surgimento de novos modelos de cobertura como o da QSaúde, operadora fundada em 2020 por José Seripieri Filho, que, no passado, fundou (e depois vendeu) a Qualicorp. A nova empresa, focada na capital paulista, comercializa planos individuais baseados em consultas, como a dos antigos médicos de família. “Nesse modelo o paciente saudável garante a eficiência financeira do negócio”, afirma Anderson Nascimento, vice-­presidente executivo da QSaúde.

Outras formas de ampliar o lucro são a telemedicina e o modelo de coparticipação, em que os clientes pagam parte da conta médica. Tais estratégias são a aposta para as 345 cooperativas médicas da Unimed espalhadas pelo Brasil baixarem os preços dos planos para enfrentar os novos concorrentes e um mercado mais consolidado. Nesse sentido, a grande novidade será a fusão entre a Hapvida e a NotreDame Intermédica, que finalizam os termos para formar uma empresa avaliada em 120 bilhões de reais. Ambas têm como grande força a atuação por meio de rede própria de atendimento e de exames, o que permite gerir melhor as receitas e despesas. Tamanha movimentação é um sinal de que o setor, assim como todos os brasileiros, está preocupado com a própria saúde.

Publicado em VEJA de 10 de fevereiro de 2021, edição nº 2724

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.