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Temor fiscal após falas de Lula eleva dólar, que fecha em R$ 5,58

Presidente questionou a meta. Contingenciamento e bloqueio serão decisivos para a direção do mercado

Por Luana Zanobia Atualizado em 18 jul 2024, 17h40 - Publicado em 18 jul 2024, 17h23

O dólar voltou a subir nesta quinta-feira, 18, sendo cotado a R$ 5,58, uma valorização de 1,81%. O Ibovespa encerrou seu segundo pregão consecutivo em queda, marcando 127 mil pontos, após uma sequência de 11 altas seguidas. Essa mudança nos mercados foi desencadeada pelo temor fiscal que emergiu após declarações do presidente Lula, na terça-feira, que lançaram dúvidas sobre o comprometimento do governo com a manutenção das contas públicas.

Na terça-feira, 16, em entrevista à TV Record, o presidente Lula mencionou que o governo poderia descumprir a meta fiscal “se houver coisas mais importantes a serem feitas”.

A volatilidade dos mercados financeiros no Brasil está sendo impulsionada principalmente pelas incertezas fiscais internas, enquanto o cenário externo, apesar de potencialmente favorável, ainda não está revertendo a pressão sobre o real. O foco agora está nas decisões fiscais do governo, que serão cruciais para definir os rumos econômicos do país nos próximos meses.

Na tarde desta quinta-feira, 18, o mercado operou com maior cautela à espera da decisão do governo em relação aos cortes prometidos no Orçamento, anunciados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet. Para o governo alcançar o déficit zero neste ano, serão necessários bloqueios e contingenciamentos no Orçamento.

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“A preocupação do mercado é que o contingenciamento a ser anunciado pelo governo Lula talvez não seja suficiente” diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. Segundo ele, um valor abaixo de R$ 15 bilhões pode significar uma frustração e confirmação dos temores do mercado, que estima a necessidade de contingenciamento próximo de R$ 30 bilhões para se atingir a meta de déficit primário zero.

O bloqueio é uma medida utilizada pelo governo quando há um aumento nos gastos obrigatórios, como previdência, salários de servidores, ou outras despesas mandatórias. Dado que o novo arcabouço fiscal estabelece que as despesas não podem crescer acima de 2,5% do PIB, o bloqueio é necessário para garantir o cumprimento dessa regra. O contingenciamento é uma medida tomada quando o governo enfrenta uma insuficiência de arrecadação em relação às despesas previstas. Se as receitas do governo são menores do que o esperado, o contingenciamento se faz necessário para evitar um déficit fiscal.

No cenário internacional, a expectativa de cortes nos juros americanos poderia ajudar a aliviar a pressão sobre o câmbio, mas não é o que está acontecendo. O mercado está precificando a possibilidade de três cortes nos juros a partir de setembro, após o aumento dos pedidos de auxílio-desemprego e a desaceleração da inflação nos EUA. Juros menores nos EUA tendem a aumentar a atratividade do Brasil, que atualmente possui uma taxa de juros de 10,5%, sem sinalização de novos cortes por enquanto. No entanto, essa perspectiva ainda não está alterando a trajetória do dólar, que continua a escalar devido às preocupações com o cenário fiscal brasileiro.

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