Telmex/Claro: Transformação e consolidação na conectividade
Empresa se destaca pelos resultados financeiros e reflete o avanço tecnológico e a integração que redesenham os serviços corporativos
Destaque no setor de telecomunicações, a Telmex do Brasil faz parte do conglomerado mexicano América Móvil, que também controla, no país, o Grupo Claro. Entre as empresas do setor, a Telmex foi a que apresentou o melhor desempenho em 2024, com faturamento superior a 1 bilhão de reais e lucro líquido de 232 milhões. Há vinte anos, a Telmex comprou a Embratel, que em abril deste ano deixou de existir e foi incorporada à marca Claro Empresas, unificando os serviços do grupo para o mercado corporativo.
O desempenho expressivo da Telmex — que continua existindo apenas como personalidade jurídica, mas não como marca — no ano passado reflete a estratégia mais ampla do Grupo Claro, que, em 22 anos de atuação no Brasil, tem liderado o movimento de consolidação do setor. Em 2019, o grupo integrou os serviços de telefonia fixa, TV por assinatura e banda larga da NET. Depois, incorporou a Nextel e, em 2022, adquiriu ativos móveis da Oi. Atualmente, a Claro atende mais de 108 milhões de clientes e emprega cerca de 130 000 profissionais, entre diretos e indiretos.
O resultado financeiro robusto da companhia ilustra a transformação pela qual passa todo o setor. “O setor de telecom deixou de ser um simples provedor de conectividade para se tornar um habilitador fundamental da transformação digital da sociedade e das empresas, com grande impacto na vida cotidiana”, afirma Marcio Carvalho, diretor de marketing da Claro. “A tecnologia está presente em tudo, e as operadoras se tornaram peça central desse ecossistema.”
Esse avanço ocorre em um momento em que o setor investe fortemente em tecnologia e inovação. Para Valter Pieracciani, fundador e presidente da consultoria Piera, reduzir o tempo de transmissão de dados é um fator crítico de competitividade. “Para que esses avanços ocorram, é preciso investir muito tempo e dinheiro. O resultado aparece, por exemplo, na melhoria do controle inteligente da pecuária ou na capacidade de realizar cirurgias remotas com segurança”, diz o consultor.
Manter resultados expressivos como os da Claro, contudo, é um desafio em um ambiente tão dinâmico. Segundo Clayton Jones Alves da Silva, professor de engenharia do Ibmec Rio de Janeiro, o setor de telecom vem sendo profundamente transformado desde a década de 1990. “Pelas dimensões continentais do Brasil, ele ainda combina serviços relevantes de telefonia fixa, dependendo da região, com conectividade 5G e soluções de ponta, especialmente para grandes clientes corporativos”, afirma o professor.
Olhando para o futuro, Carvalho projeta que o setor será cada vez mais impulsionado por inteligência artificial, análise de dados e integração entre redes e serviços digitais — fruto de um movimento intenso de inovação aberta, baseado em parcerias com startups, empresas e instituições acadêmicas. “O futuro está na construção de redes mais inteligentes, habilitadas por IA e outras tecnologias emergentes; na expansão da conectividade, com o 5G e a banda larga de alta velocidade como espinha dorsal; e na implementação de uma plataforma moderna e eficiente que viabilize novas soluções para os desafios dos negócios e da sociedade como um todo”, afirma Carvalho.
Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19
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