Tarifas de 25% sobre México e Canadá começam nesta terça-feira, diz Trump
Em coletivo a jornalistas, presidente dos EUA afirmou que cobranças já estão decididas e não há mais espaço para negociação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a aplicação de tarifas de importação de 25% sobre os produtos que chegam ao país dos vizinhos México e Canadá a partir desta terça-feira, 4 de março, além de afirmar que não há mais margem para negociações. As declarações foram dadas por Trump durante uma coletiva a jornalistas na Casa Branca no fim da tarde desta segunda-feira 3.
“Não há mais espaço (para negociação) para o México ou o Canadá. As tarifas já estão todas definidas e passam a valer amanhã”, disse o presidente. “Para que fique claro, enormes quantias de fentanil chegam ao nosso país vindas do México e também da China, que vão para o México e para o Canadá.”
Um dos vários inimigos contra o qual Trump declarou guerra, o fentanil é um opioide mais poderoso e tão viciante quanto a heroína, usado como analgésico para dores intensas, incluindo no tratamento de câncer, e que tem causado uma crise sanitária nos Estados Unidos em meio ao aumento contínuo de viciados e casos de overdose pela medicação.
De toda maneira, as novas tarifas valerão para todos os produtos que cruzam as fronteiras dos dois vizinhos para dentro dos Estados Unidos. A única exceção prevista é o petróleo e outros produtos ligados a energia vendidos pelo Canadá, que responde sozinho por mais de 60% do petróleo bruto importado pelos EUA. A tarifa sobre ele será reduzida, de 10%.
Uma das promessas de Trump, o tarifaço sobre o México e o Canadá, além da China, já havia sido anunciado pelo presidente no início de fevereiro, menos de duas semanas depois de tomar posse. Após negociações feitas nos dias seguintes com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, o líder dos EUA concordou em adiar a entrada em vigor das novas tarifas para 4 de março.
Foi a primeira de uma série de outras tarifas já anunciadas depois, como o aumento dos impostos sobre as importações de aço — incluindo do Brasil —, e as chamadas tarifas recíprocas, que devem aplicar sobre os produtos importados pelos Estados Unidos as mesmas alíquotas cobradas pelos respectivos parceiros comerciais.