Sustentabilidade no campo passa por ganho de produtividade, avaliam especialistas
Executivos da JBS e do BTG apontam maneiras de otimizar a responsabilidade ambiental do agro brasileiro
Representantes do setor privado argumentam que a agenda ambiental aplicada ao agronegócio envolve aumentar a produção do campo, não reduzi-la. O ganho de produtividade, ou seja, quando mais animais ou plantações podem ser criados em uma mesma área, é fundamental para a redução das emissões de carbono do setor, uma vez que mina o risco do desmatamento para a ampliação de terrenos produtivos. “A sustentabilidade produtiva contraria a ideia de que a sustentabilidade trata de reduzir a produção”, diz Fábio Dias, líder de pecuária sustentável da JBS, durante o Fórum VEJA Agro, realizado nesta segunda-feira, 24, em São Paulo. “As boas agendas são as que aumentam a produção por área, isso ajuda a diminuir o desmatamento”, conclui.
Na toada de ganho de produtividade, o agronegócio brasileiro já dá exemplo, segundo o executivo. “Temos hoje no Brasil um modelo de produção extremamente eficiente, onde é possível ter duas ou três safras por ano em uma mesma área”, diz. Ele frisa que o desmatamento não é central ao processo de produção brasileiro. Um modelo mais moderno de produção agropecuária que mistura a criação de gado ao plantio de grãos, por exemplo, é defendido como forma de aumento de produtividade. “Botar animais em uma área aumenta a qualidade dessa área, aumenta a qualidade do solo”, segundo Dias. “O solo fica melhor a cada ano, que é o que os produtores querem”.
O diretor de sustentabilidade do banco BTG Pactual, Vitor Santos, concorda com a avaliação de que aumentar a produtividade do setor agropecuário auxilia a agenda ambiental. Além disso, o executivo chama atenção para a necessidade de avanço na análise de risco climático das propriedades rurais. “Temos que ampliar também os mecanismos de análise de risco”, disse durante o fórum de VEJA. “O produtor tem histórico sobre as suas práticas? Tem alguma certificação? Não é uma discussão fácil, mas temos que caminhar nisso”, conclui.
O representante do BTG lembrou que, cada vez mais, riscos comuns de operações agropecuárias se confundem com riscos climáticos. “Risco climático e quebras de safra estão relacionados”. Como exemplo, Santos elencou queimadas e outros eventos climáticos que podem prejudicar propriedades rurais. A devida análise de risco e de boas práticas ambientais permite ao setor bancário oferecer crédito aos produtores que mais respeitam o meio ambiente, o que tem um efeito positivo geral: “A melhor forma de minar o desmatamento é premiar quem está fazendo a coisa certa”, diz o executivo.
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