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Stellantis faz sua estreia em elétricos ao trazer a chinesa Leapmotor para o Brasil

Sob comando de Herlander Zola, novo CEO para a América do Sul, grupo anuncia chegada da marca chinesa ao portfólio do grupo

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 nov 2025, 11h58 - Publicado em 3 nov 2025, 11h57

A Stellantis – dona de marcas como Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep e Ram – inicia uma nova fase no Brasil e na América do Sul. A companhia, que hoje lidera o mercado automotivo sul-americano, apresentou duas novidades estratégicas: a nomeação do executivo brasileiro Herlander Zola como novo CEO regional e a parceria com a chinesa Leapmotor, que marcará a estreia da marca de elétricos no país.

Zola, que assumiu o posto há menos de uma semana, não escondeu o simbolismo da nomeação. “Não é algo tão comum ver um brasileiro chegar à posição de chefe da América do Sul em uma montadora global. Isso me enche de orgulho”, afirmou.

A Stellantis vendeu 815 mil veículos na América do Sul no acumuladodeste ano até outubro, alcançando uma participação de mercado de 29,5%. Apesar do avanço meteórico das marcas chinesas – que saltaram de menos de 1%, em 2019, para cerca de 10% do mercado neste ano – a Stellantis, segundo o presidente, conseguiu crescer. Com a entrada da marca chinesa no portfólio do grupo, a expectativa é de ganhar ainda mais mercado.

Virar a chave até 2030

Embora a Leapmotor não produza no Brasil em um primeiro momento, Zola afirmou que a Stellantis trabalha para viabilizar a fabricação local, reforçando uma tendência global daquilo que o cliente quer. “Nos próximos cinco anos acredito que mais da metade das vendas serão de veículos elétricos e híbridos do que carros a combustão”, disse.

O executivo reconhece que a transição é mais rápida do que as montadoras imaginavam. “O comportamento do consumidor está mudando muito mais rápido do que o previsto. Quem conseguir se adaptar com eficiência é quem vai sobreviver”, disse.

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A China domina o mercado global de veículos elétricos, respondendo por mais de 60% da produção mundial, e suas montadoras, como BYD e GWM, avançam de forma agressiva no Brasil, inclusive com fábricas instaladas no país. Até aqui, a Stellantis vinha apostando principalmente em híbridos flex produzidos localmente, como Fiat Fastback e Jeep Commander, mas ainda carecia de uma linha 100% elétrica capaz de competir em preço e escala com os chineses. A parceria com a Leapmotor altera esse cenário: ao incorporar plataformas elétricas já prontas e testadas, o grupo reduz custos de desenvolvimento, acelera o tempo de lançamento e passa a disputar um segmento em que estava atrasado

O primeiro modelo da marca chinesa no Brasil será o Leapmotor C10, equipado com tecnologia Ultra-Híbrida REEV (Range Extended Electric Vehicle).

Diferente de híbridos convencionais, o motor a combustão não move as rodas: ele funciona apenas como gerador para a bateria. A tração é 100% elétrica o tempo todo. O cliente pode abastecer de duas formas: carregando na tomada ou no posto, com gasolina.

A Stellantis aposta que o formato pode ser o “meio-termo ideal” para um país em transição, com infraestrutura de recarga ainda limitada.

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Além dos desafios estruturais da eletrificação, a Stellantis monitora com cautela o ambiente macroeconômico. A taxa de juros permanece elevada no Brasil e a expectativa de cortes mais acelerados, antes considerada provável, hoje é vista com ceticismo pelo setor.

“Não trabalhamos com um cenário agressivo de redução de juros. Nossa projeção é de que o mercado brasileiro cresça entre 3% e 4% este ano, e desacelere para algo entre 2% e 3% em 2025”, afirmou Zola.

O próximo ano adiciona um segundo fator de incerteza: as eleições municipais, tradicionalmente marcadas por volatilidade no consumo e no crédito. A montadora, diz ele, tem montado cenários de defesa para múltiplas hipóteses.

“Ano eleitoral sempre traz oscilações maiores. Estamos estruturando planos que nos permitam seguir competitivos independentemente do cenário que se concretize”, disse.

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No plano internacional, o executivo citou ainda três variáveis de risco: a disputa comercial entre EUA e China, a instabilidade gerada por conflitos armados e a sensibilidade da cadeia global a decisões políticas externas.

Segundo ele, a estratégia é combinar flexibilidade operacional com diversificação de fornecedores e rotas de importação, para reduzir dependências em momentos críticos

Crise dos semicondutores

Durante o anúncio, Zola também tratou da nova ameaça de desabastecimento de chips automotivos, um déjà-vu da crise global de 2021–2022.

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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou no sábado, 2, que negociou com a embaixada da China a inclusão do Brasil na lista prioritária de fornecimento. A Stellantis participou das discussões. “Passamos sábado e domingo em reuniões tentando evitar paralisações. Ainda não está resolvido, mas hoje somos mais otimistas do que na sexta-feira. Estamos monitorando hora a hora”, afirmou o CEO.

Segundo fontes do setor, se a entrada dos componentes atrasar novamente, linhas de produção de compactos e utilitários podem parar em dez dias.

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