
Por Rodrigo Petry e Maria Regina Silva
São Paulo – A Souza Cruz baixou, na terça-feira, o preço de algumas de suas marcas vendidas na cidade de São Paulo, única, até o momento, beneficiada pela redução. As marcas que tiveram corte no preço são a Dunhill, Free Box, Lucky Strike e Hollywood. Segundo informações da assessoria de imprensa da empresa, a nova tabela de preços deve vigorar também em outras cidades, mas os porcentuais de redução serão diferentes, variando de acordo com a carga tributária de cada região do País.
“A Souza Cruz tem monitorado os movimentos de preço de seus competidores desde o dia 6 de abril com o objetivo de garantir a competitividade de seu portfólio. Em resposta aos movimentos de preços de seu principal concorrente, a Souza Cruz decidiu reposicionar o preço de algumas de suas principais marcas em áreas específicas do país”, informa um comunicado divulgado pela Souza Cruz.
Segundo a empresa, o preço do Dunhill recuou de R$ 6,00 para R$ 5,50; do Free Box, de R$ 5,50 para 5,25; do Lucky Strike, de R$ 5,25 para R$ 5,00; do Free maço, de R$ 5,00 para R$ 4,40; e do Hollywood, de R$ 4,60 para R$ 4,30. Apenas a marca Derby manteve o preço, de R$ 4,25.
A Souza Cruz já havia reajustado seus preços em 6 deabril, na média em 24%, antecipando-se ao aumento da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o setor de tabaco, que começou a vigorar em maio. “A elevação de preços ao consumidor foi necessária não somente para manter as margens do fabricante após a elevação dos impostos, mas também para compensar a pressão inflacionária sobre os custos totais da empresa”, diz a nota.
A partir deste mês, passou a vigorar no varejo o preço mínimo de R$ 3,00 para a venda de cada maço de cigarro, cuja lei foi sancionada no final do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, por meio de Medida Provisória. O não cumprimento da lei traz ao varejista sanções que incluem a apreensão do produto e a proibição do direito de vender cigarros por um prazo de cinco anos.
Inflação
A redução dos preços dos cigarros da Souza Cruz contribuiu para que a Fundação Instituto de Pesquisa (Fipe) mantivesse sua previsão de 0,41% para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no encerramento deste mês, mesmo com a aceleração do indicador na primeira quadrissemana de maio.
Segundo o economista Rafael Costa Lima, coordenador do IPC, a manutenção se deve ao fato de que a Fipe espera menor impacto dos cigarros na inflação fechada no mês em razão da redução dos preços de alguns de seus produtos. Por outro lado, a concorrente Philip Morris, afirmou Costa Lima, anunciou nesta semana aumento no preço do cigarro.
“Sem contar o aumento esperado da Philip Morris, a alta dos cigarros sobre o IPC seria em torno de 5% no encerramento de maio. Agora, com a redução dos preços da Souza Cruz e mesmo com a alta da Philip Morris, o efeito será menor, de alta de 3,47%”, afirmou Costa Lima.