Sob nova direção, FIESP se afasta de ‘patos’ e manifestações
Filho do ex-vice-presidente José Alencar, Josué Gomes da Silva defende gestão diferente da anterior, de Skaf, mas cutuca governo federal sobre reformas
Recém-empossado como presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o empresário Josué Gomes da Silva disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 17, que não é político e por isso não será candidato à reeleição da entidade. Filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva, Josué entende, inclusive, que um mandato de dois anos seria mais do que suficiente para ficar à frente da entidade. Seu desafio assumido é válido até 2025, enquanto seu antecessor, Paulo Skaf, ficou no comando da federação por 17 anos. Um choque de cultura, então.
Para o empresário, a federação não deve mais assumir papel político. A Fiesp, sob a batuta de Skaf, encabeçou protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo. Ele também concorreu a eleições em São Paulo durante o período. “A Fiesp, sob meu comando, estará respeitando todas as autoridades e dialogando com todos os poderes. Mas não estará assumindo, a priori, posição que é mais típica de um partido político”, disse ele.
Questionado sobre a destinação dos recursos da entidade para ações de marketing, o empresário, que é dono da Coteminas, disse que a campanha terá apenas um viés: “Educação forte é indústria forte”, recita. “A campanha que nós vamos fazer será na direção de convencer a sociedade de que a educação deve ser uma emergência nacional. Essa é a prioridade número um, dois e três. E temos muita coisa boa para oferecer por meio do SESI e do Senai.”
Apesar do tom diferente de gestão, Josué não deixou de cutucar o atual governo sobre as reformas. Segundo ele, a aprovação da reforma administrativa é fundamental e conclui sobre quais seriam os motivos para ela não ter prosperado. “O governo não aprova a reforma administrativa porque não quer ou não se esforça para isso”, disse. Sobre a tributária, pauta frequente e também ainda sem resolução, Josué admitiu que a entidade está costurando com Vanessa Canado, ex-assessora do Ministério da Economia, uma solução para o impasse no tema.