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Setor de serviços recua 0,3% e indica desaceleração no PIB do 3º trimestre

Em 12 meses, o maior setor da economia brasileira registra crescimento de 4,4%; no mês, atividades administrativas recuaram e serviços às famílias cresceram

Por Larissa Quintino 14 nov 2023, 09h23

O volume de serviços prestados no país apresentou variação de -0,3% em setembro. Esse é o segundo mês consecutivo de recuo, uma perda de  1,6%, eliminando parte do ganho de 2,2% do resultado somado de maio a julho. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE.

No indicador acumulado do ano, o volume de serviços tem alta de 3,4% frente ao mesmo período de 2022. Já o acumulado dos últimos 12 meses é de 4,4%.

O setor de serviços representa cerca de 70% do PIB e a desaceleração pode indicar um recuo da economia brasileira no terceiro trimestre, após bons resultados no primeiro semestre deste ano. ” O da PMS divulgados hoje apontam perda de fôlego na margem de atividade e deve gerar desconforto no mercado e, principalmente, no Planalto”, afirma o economista André Perfeito.

Três das cinco atividades pesquisadas tiveram queda, com destaque para o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuaram de 1,1%, influenciado pela menor receita vinda das atividades: jurídicas, de limpeza e de serviços de engenharia. “Houve apenas uma movimentação natural do conjunto de empresas que compõe esses segmentos, não identificamos nenhum componente especial que tenha motivado a queda do setor”, afirma Rodrigo Lobo, analista da pesquisa. Com o resultado, a atividade elimina o ganho de 0,8% verificado em agosto.

Outra queda que chamou a atenção foi a de informação e comunicação , que recuou 0,7% e emplacou o terceiro revés consecutivo, acumuladando perda de 1,7% no período julho-setembro, pressionado principalmente pelo setor de suporte técnico, manutenção e outros serviços em TI. Já em transportes (-0,2%), o ligeiro decréscimo foi influenciado pelos setores de transporte rodoviário de carga, o principal segmento desse grupo e um dos maiores pesos da pesquisa, seguido por transporte áereo de passageiros. “Neste ramo, o resultado foi influenciado pelo aumento das passagens aéreas observado em setembro (13,47%), o que acabou pressionando negativamente a receita real das companhias aéreas”, afirma Lobo.

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Entre os dois setores com alta no mês, destaque para serviços prestados às famílias, que avançou 3,0%, recuperando boa parte da queda de agosto (-3,7%). Nesse setor, a principal influência foi do segmento “Outros serviços prestados às famílias”, diretamente impactado pela atividade de espetáculos musicais. “Houve um grande festival de música, realizado em São Paulo, em setembro, que acabou impactando no setor como um todo”, diz o pesquisador. O festival The Town realizou sua primeira edição em setembro, no autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Já o setor de outros serviços cresceu 0,8%, após três resultados negativos seguidos, quando acumulou perda de 3,3%.

Recuo interanual

A PMS também mostrou que, no confronto contra setembro de 2022, o setor de serviços apresentou recuo de 1,2%, interrompendo uma longa sequência de dois anos e meio de taxas positivas nessa comparação. Segundo Rodrigo Lobo, essa queda foi relativamente disseminada na análise setorial, mas em âmbito regional, apenas 10 das 27 Unidades da Federação (UFs) acompanharam o movimento de queda verificado no país como um todo.

Enquanto no primeiro recorte, o recuo foi puxado pelos setores de transportes e de outros serviços, regionalmente, São Paulo liderou as perdas do setor de serviços. “As menores receitas vindas de gestão de portos terminais, transporte rodoviário coletivo de passageiros e de serviços financeiros auxiliares, investigadas nos dois setores mencionados, coincidem com as pressões negativas verificadas em São Paulo, que acabou tendo papel determinante para que índice nacional tivesse recuado”, afirma o analista.

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