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Setor de Serviços avança 0,9% e compensa resultado mais fraco da indústria e agro

Em Serviços, o crescimento das atividades financeiras maior do que a expansão da indústria e do comércio pode indicar aumento do endividamento, diz economista

Por Camila Pati Atualizado em 3 dez 2024, 15h31 - Publicado em 3 dez 2024, 13h50

Pela ótica da oferta, o avanço da economia brasileira no terceiro trimestre de 0,9% foi fortemente influenciado pelo desempenho do setor de Serviços. Mais expressivo do Produto Interno Bruto (PIB), o setor de serviços teve o melhor desempenho no período, com avanço também de 0,9%. Indústria cresceu 0,6% e a agropecuária recuou 0,9%.  “As questões climáticas ligadas à falta ou excesso de chuva  e todas as irregularidades do clima acabaram prejudicando o agro, mas o serviço e a indústria compensaram o resultado”, diz o professor Denis Medina, da Faculdade do Comércio.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, a expansão da economia foi de 4%, um dado em linha com projeções de crescimento que já apontavam para um avanço robusto do PIB, impulsionado na ótica da demanda pelo mercado de trabalho aquecido, a expansão da renda e aumento do consumo e crescimento dos gastos públicos.

O crescimento ancorado no aumento do consumo de serviços pelas famílias e  fraco desempenho dos setores industrial e também o recuo do agro são um sinal de alerta para a economia, na opinião de Diogo Carneiro, professor da Fipecafi. “ A indústria e o agro correspondem a setores muito importantes em termos de emprego e renda, além de constituírem setores frequentemente associados à modernização da economia nacional”, diz.

Nos Serviços, houve expansões em Informação e comunicação (2,1%), Outras atividades de serviços (1,7%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%), Atividades imobiliárias (1,0%), Comércio (0,8%), Transporte, armazenagem e correio (0,6%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%). 

Embora o resultado seja positivo, Medina chama atenção para o fato de o crescimento das atividades financeiras, maior do que a expansão  da indústria e do comércio, indicar um aumento do endividamento. “ A área financeira gerando crescimento acima das outras áreas mostra que ela acabou atraindo negócios mas não é porque houve um crescimento da indústria, do agro ou de outros setores, o agro puxou isso.  O que puxou na verdade, entre vários fatores, é o aumento do endividamento do governo e da população”, diz o professor da Faculdade do Comércio, que destaca a necessidade de que o crescimento seja sustentável no longo prazo.

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Para a economista do C6 Bank, Claudia Moreno, para  que o país mantenha um crescimento em ritmo sustentável é preciso que o Brasil tenha ganhos de produtividade. “O que não estamos vendo por ora. Esse cenário leva a um aquecimento da economia para além da sua capacidade (hiato positivo) e torna o controle de preços mais desafiador”, diz Claudia.

A preocupação com a sustentabilidade dos resultados que a economia vem apresentando também é apontada por Harrison Gonçalves, CFA e sócio da CMS Invest. “De maneira geral, o desempenho demonstra força econômica, mas sinaliza limitações nas ferramentas de expansão, além de desafios na oferta. fundamental para sustentar um crescimento de longo prazo”, diz.

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