Saiba como o novo corte da Selic pode afetar seu bolso
A redução na taxa básica de juros costuma demorar alguns meses para surtir efeito na economia, mas alguns bancos já anunciaram medidas nesta quarta-feira
As alterações na taxa básica de juros (Selic), como explicam os especialistas, podem demorar alguns meses para ter efeito mais significativo na economia. Mas o corte anunciado pelo Banco Central nesta quarta feira já motivou reações imediatas no mercado. Se a baixa na Selic diminui os rendimentos de aplicações ligadas a ela – como alguns títulos do Tesouro e até mesmo a poupança, a partir de um certo nível -, ela tende a tornar o crédito mais barato. O Bradesco e o Banco do Brasil anunciaram a redução das taxas de juros de suas principais linhas de crédito para pessoas físicas e jurídica após a divulgação do corte de 0,75 ponto porcentual na Selic, que passou para 13% ao ano.
Bradesco
No Bradesco dentre as linhas para os clientes pessoa física que tiveram redução está a de Crédito Pessoal, cuja taxa mínima passou de 2,84% para 2,78% ao mês. Já a máxima foi reduzida de 7,78% para 7,72% ao mês. Na modalidade CDC Veículos, o juro mínimo foi cortado de 1,65% para 1,50% ao mês e o máximo, de 3,66% para 2,99% ao mês. A taxa máxima do Cheque Especial cobrada pelo banco passou de 13,55% para 13,49% ao mês.
O Bradesco cortou ainda taxas de linhas de financiamento para pessoa jurídica. Dentre elas, a de capital de giro para micro e pequenas empresas teve seu juro mínimo reduzido de 2,10% para 2,04% ao mês, e o máximo de 4,27% para 4,19% ao mês. Na modalidade CDC Veículos, a taxa mínima passou de 1,65% para 1,59% ao mês e máxima de 3,62% para 2,99% ao mês. A taxa mínima da Conta Garantida, limite pré-aprovado na conta para pessoa jurídica, passou de 4,24% para 3,98%.
O banco informou ainda, em nota, que todo o portfólio de cartões de crédito pessoa física e jurídica também terá redução das taxas de juros do rotativo em 0,06 pontos porcentuais.
Banco do Brasil
No Banco do Brasil, a maior parte das linhas terá os juros reduzidos, sendo que em cinco delas a queda foi maior do que os 0,75 ponto porcentual de redução da Selic. As novas taxas entram em vigor a partir da próxima segunda-feira.
A maior redução, de 4 pontos porcentuais, será no rotativo do cartão de crédito. De acordo com o BB, a queda já antecipa parte dos efeitos das medidas que serão implementadas em abril, quando o rotativo do cartão de crédito será transformado automaticamente em crédito parcelado depois de 30 dias.
No cheque especial, a redução foi de 0,09 ponto porcentual ao mês. Em três linhas voltadas para pessoas jurídicas, a redução foi de 0,25 ponto porcentual ao mês: desconto de cheques, antecipação de crédito ao lojista e desconto de títulos.
“Efeito multiplicador”
“Esse primeiro passo do sistema financeiro é uma contribuição fundamental para o atual momento do País, visto que o crédito tem um efeito multiplicador importante para retomada da economia”, disse Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil. Para ele, a redução dos juros contribui para a retomada da confiança, o que é determinante para deslanchar os projetos de infraestrutura e ajudar o Brasil a crescer nos próximos anos.
A redução feita pelo BC foi a terceira consecutiva, mas surpreendeu o mercado. Os analistas esperava um corte de 0,5 ponto porcentual, após dois cortes seguidos de 0,25 ponto porcentual, no ciclo iniciado em outubro de 2016.
(Com Estadão Conteúdo)