Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Retomada do petróleo e dólar em alta fazem preço da gasolina disparar

Com a commodity retomando patamar de preço, Petrobras reajusta o valor da gasolina em 0,15 real; item deve pressionar mais a inflação

Por Felipe Mendes Atualizado em 19 jan 2021, 19h37 - Publicado em 19 jan 2021, 18h47

Em 2020, o segmento de alimentos foi o principal responsável pela inflação do ano fechar acima da meta projetada pelo governo. O início de janeiro, no entanto, aponta para outro vilão, velho conhecido dos brasileiros. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), um dos indicadores usados pela Fundação Getúlio Vargas para analisar a variação dos preços, passou de 1,18% para 2,37% no segundo decêndio (período de dez dias) de janeiro, puxado pela valorização da gasolina, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 19. Com o barril de petróleo recuperando o valor perdido devido à pandemia do novo coronavírus e a contínua alta do dólar, o preço do combustível está pressionado. No atacado, a alta observada para a gasolina no período foi de 5,46%, enquanto que o indicador para o consumidor avançou 1,67%.

Com o barril de petróleo do tipo Brent, referência usada pela Petrobras, voltando a figurar na faixa dos 55 dólares, era questão de tempo para que a petroleira voltasse a reajustar os valores no país. A partir desta terça-feira, o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passa a ser de 1,98 real por litro, refletindo um aumento médio de 0,15 real por litro no preço de venda, segundo comunicado da empresa — alta ainda não identificada pelos cálculos da FGV.

Segundo Adriano Pires, sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), é melhor que o brasileiro se acostume com novos repasses ao longo deste ano. Além do patamar do barril de petróleo, o dólar, hoje cotado a 5,36 reais, pressiona o valor do combustível.

“É correto que a Petrobras faça o reajuste em função do preço internacional e do câmbio. A gasolina, o diesel e o botijão de gás sobem por causa disso. Se o governo for intervencionista a ponto de congelar os preços, várias empresas vão quebrar”, diz ele. O mercado passa por um novo choque entre a oferta e a demanda. Se no início da pandemia, havia petróleo em excesso, hoje o cenário é outro. Com os cortes recentes na produção efetuados por países membros da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) e da Rússia, há agora uma escassez da commodity, o que influencia nos preços. “O barril de petróleo chegou a valer menos de 20 dólares em 2020. Todos achavam que os preços não iriam subir mais no ano, mas, surpreendentemente, de julho ao fim de dezembro, a alta foi acima de 40%”, reitera.

Para ele, 2021 marcará uma continuidade dos avanços do preço do barril, o que deve levar os combustíveis como gasolina e diesel a patamares ainda mais altos. “Estamos trabalhando com o valor médio de 60 dólares por barril. A tendência é que ele suba acima disso”, afirma. “Neste ano, vamos ter uma espécie de boom das commodities, assim como no pós-crise de 2008. Isso vai elevar o preço das commodities agrícolas e minerais. Petróleo, minério de ferro, soja e açúcar, por exemplo, vão se valorizar porque são itens necessários para o crescimento das economias. Talvez, o equilíbrio entre a oferta e a demanda seja alcançado em 2022”. Resta torcer para que o dólar não continue se valorizando frente ao real este ano. Ou a pressão sobre a inflação será ainda mais forte.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.