Quem é Scott Bessent, novo secretário do Tesouro dos EUA
O escolhido por Trump é abertamente gay e já doou milhões de dólares para campanhas do Partido Democrata

Nesta segunda-feira, 20, Donald Trump tomou posse do cargo de presidente dos Estados Unidos e anunciou planos ligados principalmente à economia do país. Porém, o time econômico do atual presidente é diferente do que tinha durante o seu mandato entre 2017 e 2021. Trump escolheu Scott Bessent, gestor de fundos de hedge que construiu carreira ao lado de George Soros, para chefiar a Secretaria do Tesouro dos EUA, o que poderia ser considerado contraditório à primeira vista.
Bessent, além de ser abertamente homossexual e defensor dos direitos LGBT+, doou 15 milhões de dólares para campanhas políticas durante a sua carreira, e a maior parte do dinheiro foi para o Partido Democrata. Em 2000, o executivo ofereceu sua casa em East Hampton para sediar um evento de arrecadação de fundos do Comitê Nacional Democrata, com a participação do vice-presidente Al Gore, candidato do governo democrata de Bill Clinton.
A mudança de posição política do atual secretário se deu em 2017, ano da corrida presidencial vencida por Donald Trump. Naquele ano, Bessent doou 1 milhão de dólares para o comitê de posse do candidato republicano. Em 2024, ele voltou a demonstrar apoio à campanha do candidato republicano e chegou a sediar discussões econômicas entre Trump e agentes do mercado financeiro, incluindo questões sobre o papel do FED, déficit fiscal, tarifas e o dólar.
Agora, Scott Bessent não apenas presidirá sua empresa de investimentos Key Square Group, mas também comandará o tesouro dos EUA. Em debate no Senado, o executivo afirmou: “Trump me escolheu porque acredita que sou o melhor candidato, não pela minha orientação sexual”. Como principal plano, o secretário apresentou a regra 3-3-3, composta por três metas: reduzir o déficit orçamentário para 3% do PIB até 2028, alcançar um crescimento econômico de 3% ao ano e aumentar a produção de petróleo em 3 milhões de barris por dia.
O mercado financeiro reagiu positivamente à escolha de Bessent e a sua proposta. No dia de sua sabatina no Senado, 16 de janeiro, a moeda americana valorizou 0,47%, chegando a 6,0533 dólares. Analistas do setor enxergaram as posições do secretário como rígidas nas questões de limitação dos gastos públicos e diminuição do déficit do país.