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Quanto o Ibovespa ainda pode cair com o tarifaço de Trump, após acumular perda de 3%

Para analistas, Ibovespa pode mergulhar até os 118.500 pontos nos próximos dias, caso o pessimismo com o tarifaço de Trump continue

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 abr 2025, 12h37 - Publicado em 7 abr 2025, 11h52

O Ibovespa acumula perdas de 3%, contadas do dia 2 de abril, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a ordem executiva que impôs o tarifaço às importações de outros países, à sexta-feira 4, quando o principal índice da B3 encerrou o dia em queda de 2,96%, marcando 127.256 pontos. Já em relação ao 133.149 pontos registrados em 27 de março — o melhor resultado de 2025 até aqui —, as perdas chegam a 4,4%. Nesta manhã, o Ibovespa abriu em forte queda e, na mínima do dia até as 11h20, chegou a recuar 2,7% em comparação ao fechamento de sexta.

Pouco antes da hora do almoço, o índice voltava a acelerar as perdas, após registrar uma alta de quase 1% em poucos minutos. A disparada foi causada pelo boato de que Trump poderia pausar as tarifas recíprocas, a fim de negociar concessões dos países afetados. O rumor, contudo, foi rapidamente desmentido pela Casa Branca, que assegurou que a vigência das tarifas recíprocas seguirá como o planejado. Com isso, os índices de ações no Brasil e nos Estados Unidos começaram a devolver a alta.

Para os analistas técnicos, cuja metodologia estuda a formação de padrões nas curvas de negociação de ativos, a fim de identificar tendências de curto prazo, o Ibovespa pode cair ainda mais nos próximos dias. Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o analista técnico da XP Investimentos Gilberto Coelho avalia que o próximo suporte da curva está na região dos 122.500 pontos. Para os grafistas, suporte é um ponto da curva que, se alcançado, pode estancar um movimento de queda. Se rompido, porém, tende a acelerar o movimento de baixa. Segundo Coelho, caso isso aconteça, o Ibovespa poderá embalar uma queda até os 119.000 pontos.

Já a equipe de grafistas da Ágora Investimentos estima que não há nada que detenha o índice na região dos 122.000 pontos. Para a Ágora, o próximo suporte já está nos 118.500 pontos. “Em função do contexto extremamente desafiador para as bolsas globais, a região de suporte consolidado dos 118.500 é o grande ponto de atenção para a semana”, afirma a gestora. “Em caso de perda desse nível, o Ibovespa entraria tecnicamente em tendência de baixa de médio e longo prazo com potencial busca pela região dos 100.000 pontos.”

Desde que Trump tomou posse em seu segundo mandato, em janeiro, os mercados globais reagem ao crescente fluxo de medidas protecionistas do republicano. Na última quarta-feira 2, o presidente assinou uma ordem executiva estabelecendo pesadas tarifas recíprocas sobre as importações de parceiros comerciais. O Brasil será taxado em 10%, mas outros países receberam sobretaxas bem maiores. A China, por exemplo, pagará 34% para vender seus produtos aos americanos – além dos 20% anunciados anteriormente. A União Europeia foi taxada em 20%. A alíquota mínima de 10% entrou em vigor no sábado 5. Na próxima quarta-feira 9, começarão a valer as tarifas mais altas para a China e outros países.

Em resposta às barreiras comerciais americanas, as principais bolsas do mundo operam em forte queda. Além dos impactos imediatos do tarifaço, o mercado digere um relatório do Goldman Sachs que eleva as chances de recessão nos Estados Unidos, nos próximos doze meses, de 35% para 45%.

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