Puxado pela reação dos serviços, mercado formal criou 2,7 milhões de vagas
Recuperação ocorreu mesmo com o fechamento de 265 mil postos em dezembro; salário médio do trabalhador caiu 6% em um ano

O Brasil abriu 2,7 milhões de empregos com carteira assinada em 2021. O número é equivalente ao saldo de 20,7 milhões de contratações e 18 milhões de demissões entre janeiro e dezembro do ano passado. Os dados são do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério de Trabalho e Previdência. Com a abertura de vagas, o estoque de emprego no Brasil subiu 7,08%, com 41,4 milhões de brasileiros no mercado formal. Neste mesmo intervalo, o salário do trabalhador ficou 7,14% menor — de 1.931 reais para 1.793 reais.
A reação do mercado de trabalho formal se deve à retomada das contratações nos setores de serviços e do comércio. Os grupos de atividades foram responsáveis pela abertura de 1,8 milhão de vagas durante o último ano, equivalente a 68% do total de novos empregos gerados. As atividades passaram por um choque em 2020 com a chegada da Covid-19 e as medidas de distanciamento social. Mas, com o avanço da vacinação e a reabertura econômica, os negócios voltaram a contratar. Tradicionalmente, essas atividades exigem menos qualificação e pagam salários menores, o que ajuda a explicar a queda no salário de admissão medido pelo Caged.
O dado foi muito comemorado pelo ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, que ressaltou a positiva geração de emprego em 2021. O ministro afirma que a geração de empregos ocorreu como efeito de programas engendrados pelo governo, como o auxílio emergencial e o BEm, o benefício emergencial de emprego e renda, que permitiu redução e suspensão de contratos de trabalho. “Esses dados são muito importantes para o momento político e econômico do país”, disse.
Sazonalidade
Além dos dados fechados de 2021, o Ministério do Trabalho também divulgou os números do mercado de trabalho formal em dezembro. Segundo o Caged, houve o fechamento de 265,8 mil postos com carteira assinada. Dezembro, tradicionalmente, é um mês de demissões e de saldo negativo, já que os trabalhadores temporários contratados para o Natal são desligados devido ao fim dos contratos. Segundo o Ministério do Trabalho, desde 2010, dezembro fecha mais vagas do que abre.