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Prisão de Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, deve ser prorrogada

De acordo com as investigações, executivo informou ganhos 50% menores do que os 10 bilhões de ienes recebidos no período de 2010 a 2015

Por Redação
4 dez 2018, 13h49

Promotores de Tóquio planejam apresentar nova acusação contra o executivo Carlos Ghosn por sonegação, o que deve manter o ex-presidente do conselho de administração da Nissan Motor preso até o final do ano, segundo reportagem publicada nesta terça-feira, 4, pelo jornal Sankei. Na sexta-feira, a prisão do executivo foi prorrogada até 10 de dezembro por causa da acusação anterior.

Ghosn está preso em Tóquio desde 19 de novembro sob suspeita de informar ao Fisco japonês ganhos inferiores aos realmente obtidos. Em conluio com o  ex-diretor representante da Nissan Greg Kelly, ele reduziu o valor de seus ganhos em cerca de 50% em relação ao valor real de 10 bilhões de ienes (88 milhões de dólares) pelo período de 2010 a 2015.

A prisão do executivo franco-libanês-brasileiro chocou o setor automotivo, pois Ghosn é venerado no Japão por reerguer a Nissan, cujo controle passou para as mãos da Renault em 1999.  À frente da Renault e da Nissan, em 2016, o empresário ampliou essa aliança à Mitsubishi Motors, levando o grupo à liderança na venda de automóveis. 

 

Citando fontes confidenciais, o Sankei publicou que promotores planejam prender Ghosn e Kelly pelo mesmo crime, mas pelos desvios cometidos ocorridos entre 2015 e 2017, período durante o qual ambos supostamente reduziram renda de Ghosn em cerca de 4 bilhões de ienes. Se as autoridades aprovarem o prazo máximo neste caso, Ghosn e Kelly devem continuar sob  custódia policial até 30 de dezembro, segundo o jornal.

Representantes dos promotores de Tóquio não comentaram o assunto. Ligações para o advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, não foram respondidas.

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No Japão, suspeitos de crimes podem ser mantidos em custódia por 10 dias e esse prazo pode ser ampliado em 10 dias se a justiça atender a pedido da promotoria. No final do período, os promotores têm que encaminhar uma acusação formal ou deixar os acusados sair da cadeia.

Entretanto, os promotores podem prender os suspeitos por um crime separado, algo que faz o processo começar de novo, o que, algumas vezes, leva os suspeitos a serem detidos por meses sem que acusações formações sejam apresentadas e sem fiança.

(Com Reuters e AFP)

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