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PRF afirma que há bloqueios de caminhoneiros em 16 estados do país

Protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fecham pontos de rodovias em todo o país; atos começaram na noite de domingo

Por Larissa Quintino Atualizado em 31 out 2022, 18h25 - Publicado em 31 out 2022, 10h16

A Polícia Rodoviária Federal informou nesta segunda-feira, 31, que há pontos de aglomeração e bloqueio de caminhoneiros em todas as regiões do país. Por volta das 16h15, a polícia informava atos ativos em dezesseis estados do país. A maioria dos pontos de protesto está em estados em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve mais votos.

Segundo a PRF, há atos em estradas federais em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Acre, Roraima, Alagoas, Amazonas, Rio Grande do Norte e Maranhão. Mais cedo, a PRF informou pontos de manifestações também no Distrito Federal, mas eram atos em onze estados e no DF na atualização da manhã. “A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirma em nota a corporação. Procurada, a Advocacia-Geral da União afirmou que “ajuizará as medidas cabíveis por meio de suas unidades regionais” para a liberação das estradas após o pedido da PRF.

Os protestos começaram na noite de domingo, 30, pouco após Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ser declarado presidente eleito do Brasil. Os caminhoneiros, em sua maioria apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, foram para as rodovias, dizendo que só desocupariam as vias mediante a intervenção militar. O primeiro ato foi registrado em Santa Catarina, mas se espalharam pelo país. No estado, são 37 pontos de paralisação no momento. Na Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há pontos de bloqueio nos dois sentidos, na altura de Barra Mansa (RJ).

Protestos

Os caminhoneiros foram uma das mais importantes bases de apoio de Bolsonaro na campanha de 2018, que o levou à Presidência. Em junho daquele ano, os motoristas autônomos pararam estradas do país por dez dias devido à alta dos preços do diesel. Quando chegou ao Planalto, a relação de Bolsonaro e dos caminhoneiros ficou mais complicada com a cobrança de diversas ações como tabelamento do frete e o fim da política de paridade internacional do preço do combustível (PPI), seguida desde 2016.

Durante o mandato, o governo conseguiu segurar diversas tentativas de paralisação no país. Em novembro de 2021, o Ministério da Infraestrutura conseguiu 29 liminares na Justiça para evitar paralisações, sob o risco de multa para os organizadores da manifestação, e, com isso, conseguiu desmobilizar o movimento, que pedia a redução do preço dos combustíveis. Em meados deste ano, o governo engendrou o auxílio-caminhoneiro, no valor de 1.000 reais mensais, de julho a dezembro, para tentar reduzir a insatisfação da categoria.

Em 2020, entretanto, um movimento de caminhoneiros simpatizantes ao presidente Jair Bolsonaro fez atos em diversos estados do país depois das manifestações do 7 de Setembro daquele ano, em que Bolsonaro fez discursos antidemocráticos, contra o Supremo Tribunal Federal e o sistema eleitoral brasileiro.

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