Previsão para o PIB chega a 5,05% na 10ª revisão consecutiva
Segundo Boletim Focus, analistas também continuam a ver aceleração da inflação, que já beira os 6% na projeção para o fim do ano
Semana após semana, a previsão do mercado financeiro para o desempenho da economia brasileira em 2021 melhora. Nesta segunda-feira, 28, o Boletim Focus mostra a décima revisão consecutiva para o Produto Interno Bruto (PIB). Os analistas ouvidos projetam que a economia avance 5,05% neste ano, acima dos 5% estimados há uma semana e bem acima dos 3,14% previstos no fim de março.
Com o bom desempenho da economia registrado no primeiro trimestre do ano, o mercado vem paulatinamente subindo as projeções. Era esperado um choque maior no início do ano, devido à aceleração da nova onda de Covid-19 no país, porém, a economia cresceu 1,2% no período, de acordo com o IBGE.
Baseado principalmente nas exportações de commodities para a China e para os Estados Unidos, o crescimento do PIB brasileiro mostra que estruturar a economia sobre a venda de produtos primários de origem vegetal e mineral, como soja e minério de ferro, serviu para o país na atual crise. Apesar de ter cedido nas últimas semanas, a cotação do dólar em patamares altos contribui com este crescimento por beneficiar a balança comercial brasileira.
Inflação
Além da revisão para o desempenho da economia, os analistas voltaram a subir a estimativa para a inflação. Segundo o Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,97%, acima dos 5,90% previstos na semana anterior. Com a energia elétrica mais alta, a inflação que já vinha pressionando o bolso do consumidor vem pesando ainda mais.
O BC classificava a pressão ocorrida em 2020 como passageira, mas o aumento no preço de combustíveis no início do ano, junto com a pressão da conta de luz, mostrou que a pressão é persistente. Os alimentos, grandes vilões do ano passado, não subiram tanto como a gasolina e a energia elétrica, mas continuam em alta. Vale lembrar que a meta para inflação neste ano é de 3,75%, com margem de tolerância até 5,25%, bem abaixo da estimativa do mercado atualmente.