‘Prévia do PIB’ mostra recuo de 2% na atividade econômica em maio
A queda na atividade veio acima da estimativa do mercado, que esperava o indicador no neutro
A atividade econômica brasileira recuou 2% em maio, segundo dados do IBC-Br, índice do Banco Central considerado pelo mercado como a prévia do PIB, divulgado nesta segunda-feira, 17. A queda contrasta com a alta de 0,56% que o índice registrou em abril.
A queda na atividade veio acima da estimativa do mercado, que esperava o indicador no neutro. No acumulado do trimestre, o país cresceu 1,56%, segundo o BC. Em doze meses, o avanço na atividade econômica foi de 3,43%. A estimativa do mercado financeiro é que a economia avance 2,24% neste ano, segundo dados do Boletim Focus publicados nesta segunda-feira.
O resultado é influenciado diretamente pela queda de 1% do varejo no período. Os outros dados de atividade, Indústria e Serviços medidos pelo IBGE apresentaram altas em maio de 0,3% e 0,9% respectivamente. “O número engana, simplesmente não é razoável supor alta continuada no varejo e mesmo na atividade no segundo trimestre, afinal o próprio varejo havia crescido nada menos que 4% em janeiro deste ano e o PIB subiu estonteante 1,9% no primeiro trimestre”, afirma o economista André Perfeito.
Divulgado mensalmente, o IBC-Br é considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado trimestralmente pelo IBGE. Por ter formas diferentes de calcular a evolução da economia, nem sempre o IBC-Br e o PIB vêm com resultados semelhantes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-Br usa estimativa das áreas e também dos impostos. “No próximo mês, o volume de vendas do varejo doméstico deve ser impulsionado pelo início do programa de incentivo aos carros populares. Ainda assim, olhando à frente, o cenário é desafiador para o comércio, que enfrenta um crédito caro e o alto comprometimento da renda das famílias”, diz Marcos Caruso, economista-chefe do PicPay.
O indicador é usado como uma das ferramentas do BC para definir a taxa básica de juros do país. A Selic está em 13,75% ao ano e a sua redução é uma das principais agendas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.