Prejuízos dos 20 maiores clubes de futebol do Brasil somam R$ 1,1 bilhão: confira seu time
Apenas seis equipes encerraram o ano passado com superávit; modelo de SAF também não garante bons números

No campo financeiro, os 20 principais clubes de futebol do Brasil sofreram uma goleada no ano passado. Os prejuízos acumulados somaram 1,1 bilhão de reais, segundo um levantamento da Sports Value, consultoria especializada no mercado esportivo. O resultado inverteu o placar de 2023, quando as equipes acumularam um lucro também de 1,1 bilhão de reais.
Somente seis times escaparam da degola financeira em 2024. Mesmo terminando o Brasileirão em segundo lugar, o Palmeiras foi o campeão de lucros no ano passado com um superávit de 198,2 milhões de reais. A cifra 23 vezes maior que os ganhos de 8,5 milhões de reais com que fechou o ano retrasado.
O levantamento da Sports Value mostra que o bom desempenho em campo não garante, necessariamente, lucros. É o caso do Cuiabá. Embora tenha conquistado a vice-liderança em ganhos no ano passado com um superávit de 64,8 milhões de reais, equivalente a um salto de 73% sobre 2023, a equipe terminou o campeonato em último lugar e foi rebaixada para a série B.
Coube ao São Paulo, que encerrou o Brasileirão de 2024 na 11ª posição, a lanterninha no ranking dos clubes mais lucrativos. A equipe acumulou um rombo de 287,6 milhões de reais no ano passado, piorando em 362% o déficit de 62,3 milhões reportados em 2023.
Contar com as maiores torcidas do país também não é sinônimo de bons resultados financeiros, casos do Flamengo e do Corinthians, os campeões nesse quesito. O rubro-negro carioca reportou déficit de 700 000 reais no ano passado, ante superávit de 319,5 milhões em 2023. Já o Timão amargou 181,8 milhões de reais de perdas, revertendo o saldo positivo de 1,2 milhão do ano retrasado.
A Sports Value também destaca o mau desempenho das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs). Das nove equipes que adotaram esse modelo e disputaram a primeira divisão do Brasileirão, apenas o Cuiabá se salvou. Não há dados atualizados do Atlético mineiro. Entre as demais SAFs, os piores rombos foram reportados pelo Bahia (246,5 milhões de reais), Cruzeiro (169,9 milhões) e Coritiba (139,4 milhões).
Segundo a consultoria, as SAFs “seguem exatamente o modelo dos ‘novos ricos’ da Europa, injetando recursos externos para alavancar os times”. O problema, de acordo com a Sports Value, é que “os prejuízos são elevadíssimos, considerando que as SAFs viriam para trazer um modelo corporativo para o futebol brasileiro.”