Precificadas a R$ 42, ações da Eletrobras começam a ser negociadas dia 13
O preço vem em linha com o esperado pelo mercado; com a capitalização, governo Bolsonaro faz sua primeira grande privatização

O preço das ações da Eletrobras foi definido em 42 reais, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira, 10, pela companhia. Com isso, a empresa levantou um total de 29,29 bilhões de reais. A negociação dos novos papéis está marcada para estrear na Bolsa de Valores, a B3, na segunda-feira, 13.
A oferta primária (de novos papéis) será de, inicialmente, 627.675.340 milhões de ações. A oferta secundária (papéis já existentes) será de 69.801.516 milhões de ações do BNDESPar. Segundo o prospecto da oferta, a operação poderá ter lote suplementar de até 15% das ações da oferta inicial.
Segundo Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, a privatização deve tornar a empresa mais enxuta e competitiva, e isso também reflete na valorização dos papéis. “Essa perspectiva acelera o processo de crescimento e retorno para a ação no longo prazo. No curto prazo, é esperada volatilidade, mas, em longo prazo, os papéis tem espaço para maiores valorizações”, diz.
A privatização da Eletrobras, maior empresa de energia da América Latina, acontece via mercado de capitais. Nessa modalidade, o controle da estatal é pulverizado para diversos acionistas por meio da compra de ações. O objetivo do governo é reduzir sua participação de 72% para 45%. O governo perde o controle majoritário e a empresa deixa de ser gerida como uma estatal, dando à União apenas o poder de veto em questões estratégicas e decisões específicas. O governo calcula uma movimentação de 67 bilhões de reais com a capitalização. Desse total, a União espera arrecadar 25 bilhões de reais para os cofres públicos e cerca de 30 bilhões de reais para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para subsidiar reajustes tarifários, como a redução dos impostos sobre combustíveis.