Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Portugal anuncia corte de € 800 mi em serviços públicos

Governo também quer cortar salários de servidores públicos e aumentar o tempo de aposentadoria do país

Por Da Redação
18 abr 2013, 09h44

Portugal anunciou nesta quinta-feira cortes de gastos em serviços públicos que chegam a 800 milhões de euros, cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com o objetivo de cumprir sua meta de déficit público e cobrir o buraco orçamentário causado pela sentença do Tribunal Constitucional, que anulou várias medidas de austeridade.

Após um Conselho de Ministros que se prolongou até a madrugada, o governo português explicou as primeiras medidas estipuladas em conjunto com a troika, trio de credores internacionais do país, que está em Lisboa. Entre as resoluções está a redução salarial de cerca de 600 mil funcionários do setor público e a ampliação da idade de aposentadoria dos 65 anos atuais para os 67 anos, alé, da mudança do sistema de Seguridade Social. O governo, porém, disse que essas medidas serão ainda ‘objeto de diálogo’ com empresários e sindicatos.

Segundo o Executivo, as medidas permitirão ao país receber um novo lance de seu resgate financeiro, de um total de 78 bilhões de euros, e ter mais tempo para devolver os empréstimos contraídos com a União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) – a troika.

“Irão ocorrer pressões sobre os serviços públicos porque todos vão ter menos recursos do que estava previsto no orçamento de 2013”, reconheceu o ministro da Presidência, Luis Marques Guedes, ao informar sobre os cortes ao lado de outros membros do governo.

Os ajustes afetarão gastos com funcionários, bens e serviços e despesas correntes em todos os ministérios e não haverá exceções. Além disso, as medidas não evitarão a elaboração adicional de uma reforma estrutural do Estado para economizar 4 bilhões de euros anuais de forma permanente, como ficou acertado com a troika.

Continua após a publicidade

Além dos 800 milhões em cortes diretos de despesa, o Executivo espera compensar o buraco da decisão do Tribunal Constitucional com uma economia derivada da reprogramação de fundos europeus e projetos de investimento de sociedades de capital público e privado, que liberarão outros 500 milhões do orçamento.

A sentença do Tribunal Constitucional anulou uma definição do governo português de corte de gastos com seguro-doença e seguro-desemprego, além da supressão de um pagamento extra aos funcionários públicos. Cm isso, criou-se um buraco de 1,3 bilhão de euros nas contas públicas, o que justifica esta redução de recursos em todas as áreas, segundo o governo.

Leia mais: França anuncia plano para reduzir austeridade

Membro do BCE alerta sobre excesso de otimismo no combate à crise

Pela complexidade dos ajustes necessários para garantir o cumprimento de sua meta de déficit público (5,5% em 2013), o Executivo luso explicou que deve antecipar para este ano algumas das medidas que farão parte da reforma estrutural do Estado ainda em discussão. A reforma, pedida pela troika, deve ser finalizada em 2015, mas foi rejeitada pela oposição com o argumento de que significaria o fim do estado do bem-estar social.

Embora o primeiro-ministro, o conservador Pedro Passos Coelho, tenha maioria absoluta no Parlamento, seu partido, o Partido Socialista (PS), a segunda força política do país, negou-se a apoiar a reforma da Constituição que as medidas podem exigir.

Os ajustes orçamentários anunciados nesta quinta-feira se produzem após o fracassado da tentativa da quarta-feira de pactuar um programa do resgate financeiro entre conservadores e socialistas. Passos Coelho e a delegação da troika, que veio em caráter de urgência a Portugal para examinar as novas medidas orçamentárias, após a decisão do Tribunal Constitucional, não convenceram o Partido Socialista sobre a política de austeridade aplicada no país, e o principal partido da oposição insistiu em renegociar os compromissos do resgate.

(com agência EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.