Por que o dólar ganha força após o atentado contra Donald Trump
Moeda americana sobe em todo mundo com o aumento das apostas de uma vitória do republicano nas eleições. Aqui, a alta é de 0,2%, a R$ 5,44
Depois de perder força em relação ao real na semana passada, o dólar voltou a subir nesta segunda-feira, 15. A moeda americana fechou o dia em alta de 0,25%, vendido a R$ 5,44.
A alta acompanha o movimento da moeda americana internacionalmente: o DXY, índice que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas estrangeiras fortes, avançava 0,12% nesta tarde. Segundo analistas, o ganho de tração do dólar vem em resposta ao atendado a tiros sofrido pelo republicano Donald Trump no último sábado, 13, na Pensilvânia.
A percepção é de que o ataque resultou no fortalecimento da imagem de Trump, que pode ter aumentado suas chances de vitória nas eleições presidenciais que ocorrerão em novembro.
A possível eleição de Donald Trump pode ter impacto nas contas públicas e na política fiscal americana, já que o ex-presidente adota um discurso de corte de impostos. Em 2017, durante seu mandato, Trump encabeçou o Tax Cuts and Jobs Act (TCJA), lei que reduz até 2025 a maioria dos impostos sobre a renda no país.
“Tem impostos que deveriam aumentar a partir de 2026. Trump pode optar por manter os cortes e fazer cortes adicionais”, explica Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo. “Seria um impulso fiscal adicional para a economia, o que poderia deixar a inflação mais pressionada, e, portanto você teria que ter uma taxa de juros mais alta na média“.
Outra característica de uma administração Trump seria a implementação de barreiras comerciais mais duras. “A política comercial poderia trazer maior taxação contra outros países, o que desfavorece emergentes como o Brasil”, diz Alexsandro Nishimura, economista da assessoria de investimentos Nomos.
Globalmente, as moedas emergentes perdem mais força contra o dólar nesta segunda. Em especial no México, onde o dólar se valoriza cerca de 0,50% ante o peso mexicano. “A economia mexicana está mais exposta à economia americana e às eventuais medidas que Trump pode tomar em relação a protecionismo e imigração”, avalia Costa.