Economia

PMI: Atividade industrial dos EUA sobe para 49,3%, mas segue em contração

O índice apresentou um leve aumento em comparação aos 48,4% de novembro, mas ainda permanece abaixo da marca de 50%

Por Luana Zanobia SEGUIR SEGUINDO 3 jan 2025, 12h57

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial do ISM, divulgado nesta sexta-feira, em 3, apresentou um leve aumento, subindo para 49,3% em comparação aos 48,4% de novembro — Indústria (Getty Images/VEJA)

O setor de manufatura dos Estados Unidos enfrenta um desafio prolongado, com a atividade econômica do setor registrando contração pelo nono mês consecutivo em dezembro. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial do ISM, divulgado nesta sexta-feira, em 3, apresentou um leve aumento, subindo para 49,3% em comparação aos 48,4% de novembro, mas ainda permanece abaixo da marca de 50%, o que indica contração. Esse dado reflete a pressão contínua sobre a indústria de manufatura, que tem lidado com ventos contrários ao longo dos últimos dois anos.

Dos últimos 26 meses, o setor de manufatura encolheu em 25. Essa desaceleração prolongada pode ser atribuída a uma combinação de fatores, como a desaceleração do consumo global, o aumento dos custos de insumos e a instabilidade nas cadeias de suprimento que, desde a pandemia de COVID-19, ainda não se recuperaram completamente.

O PMI Industrial é amplamente considerado um termômetro da saúde do setor manufatureiro. Uma leitura acima de 50% indica expansão, enquanto abaixo desse valor aponta para contração. Com um valor de 49,3%, o dado de dezembro reforça que o setor segue em território de retração, embora a leve melhoria sugira que a atividade esteja se estabilizando. Em particular, três dos cinco subíndices que compõem o PMI — Novos Pedidos, Produção e Entregas de Fornecedores — voltaram ao território de expansão, o que dá algum alívio aos analistas. No entanto, o Índice de Emprego permanece em contração, sinalizando que a demanda por mão de obra continua fraca.

O setor manufatureiro dos EUA tem sido historicamente um motor de crescimento econômico, além de ser fundamental para a estabilidade do emprego em várias regiões industriais do país. Mesmo com os demais subíndices sinalizando uma expansão econômica mais ampla, o desempenho estagnado da manufatura lança uma sombra sobre o otimismo econômico em geral.

A relação entre o PMI e o PIB sugere que a leitura de dezembro poderia se traduzir em um crescimento modesto de 1,9% do PIB real anualizado. Esse número, embora positivo, está longe de garantir que a recuperação do setor manufatureiro será robusta nos próximos meses. A incerteza em torno das taxas de juros e as tensões comerciais com a China adicionam ainda mais complexidade ao cenário.

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Embora a economia mais ampla continue a se expandir, a capacidade da manufatura de acompanhar esse crescimento será crucial para determinar se os EUA poderão evitar uma desaceleração mais significativa em 2025. O setor precisará de políticas claras de incentivo à inovação e investimentos em infraestrutura para se fortalecer e se adaptar a um ambiente econômico em rápida mudança.

Após quase dois anos de retração, há sinais sutis de que o pior pode ter passado, mas a recuperação está longe de ser garantida. As próximas decisões de política econômica e o ritmo de ajuste nas cadeias globais de fornecimento desempenharão papéis cruciais em determinar se o setor conseguirá voltar a ser um pilar sólido da economia americana.