Planos de nova CEO da Petrobras podem impactar retorno da empresa, diz BTG
Diretrizes sinalizadas por Magda Chambriard poderiam reduzir o ROIC (retorno sobre capital investido) da empresa, segundo analistas do banco

As primeiras falas da nova presidente da Petrobras foram bem recebidas, em primeiro momento, pelo mercado financeiro. Mas, agentes do mercado pregam atenção às mudanças que podem ser incorporadas na companhia. Em relatório divulgado nesta terça-feira, 28, o BTG Pactual enxergar como controversos (e novos) o plano para proporcionar maiores oportunidades para a indústria local, investimentos em fertilizantes e aceleração do Capex.
As diretrizes, sinalizadas por Magda Chambriard na véspera em primeira entrevista no cargo, poderiam reduzir o ROIC (retorno sobre capital investido) da empresa, acrescentou o banco em documento assinado por Pedro Soares e equipe. “Reconhecemos que a percepção de risco está maior do que há alguns meses, e que os investidores devem ficar atentos aos temas relativamente novos levantados por ela”, escreveram.
Apesar do diagnóstico negativo, os analistas dizem que muitas outras mensagens “parecem iguais” e que seguem com a recomendação de compra para os papéis da empresa, avaliando que rendimentos de dividendos de 11% em 2024 e 2025 continuam acomodando os riscos da tese de investimento.
Para os analistas do BTG, até agora, há poucas evidências de que seu mandato não seguirá a “lógica econômica dos negócios da Petrobras” ou que será capaz de minar a evolução da governança corporativa nos anos recentes.
As ações preferenciais da Petrobras subiam 1,5% por volta das 11h30 desta terça-feira.
Em entrevista coletiva concedida na segunda-feira, Chambriard afirmou que a Petrobras precisa ser “rentável” e atender aos interesses de seus acionistas. “A palavra-chave é conversa. Teremos que conversar muito e entender muito as demandas de cada um. Vamos colocar a Petrobras à disposição dos interesses de seus acionistas, dentro da lógica empresarial.”
A nova CEO da empresa também reafirmou que quer ampliar as fronteiras de exploração de petróleo, avançando sobre a chamada Margem Equatorial, na foz do Amazonas e motivo de conflito com o ministério do Meio Ambiente.