Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Por que o Pix ainda não pegou nas grandes varejistas

Empresas estão lentas na adoção do novo meio de pagamento do Banco Central e operações de Pix no comércio representam menos de 7% do total

Por Josette Goulart Atualizado em 9 fev 2021, 14h41 - Publicado em 20 jan 2021, 15h43

Dois meses depois do começo do Pix, a maioria das grandes varejistas ainda não oferecem esta opção como um meio de pagamento alternativo aos boletos e cartão de débito em suas lojas. Nem mesmo empresas super tecnológicas como a Amazon já embarcaram no novo meio de transações lançado oficialmente pelo Banco Central em meados de novembro. O resultado é que o Pix feito de pessoa física para empresa ainda representa menos de 7% de todas as operações realizadas, segundo dados mais atualizados do Banco Central.

As explicações variam, mas esbarram na tecnologia. O consultor da Roland Berger, João Bragança, diz que claramente existe um desafio de integração de software das lojas, com o sistema de logística e suprimento, além de um problema de oferta das empresas de adquirência. O diretor de carteira digital do Mercado Pago, Rodrigo Furiato, que está fornecendo a tecnologia para diversas varejistas diz que algumas grandes varejistas, clientes da empresa, decidiram esperar primeiro porque era arriscado mudar a tecnologia às vésperas de Black Friday e Natal, mas também porque muitos bancos ainda não estão operando com 100% de sucesso com a nova tecnologia. Assim, o cliente pode não ter uma boa experiência, segundo ele, caso seu banco não esteja oferecendo o Pix de forma consistente. Este é um dos motivos para o Mercado Livre, que é dono do Mercado Pago, ainda não ter adotado esta opção de pagamento.

A primeira varejista a desbravar o Pix foi a Lojas Americanas, que implantou a solução em dezembro. Isso foi possível, segundo a empresa, por causa da Ame Digital, a fintech do grupo que desenvolveu a tecnologia e que faz a intermediação dos pagamentos nas lojas do grupo. Os clientes ainda estão aos poucos aderindo a esta nova forma de pagamento, mas a empresa já realiza incentivos de adesão como um desconto de 5%. Para as redes, uma vantagem do Pix é que com ele é possível reduiz custos de capital de giro para estoques daquelas compras feitas com outros meios. Um boleto, por exemplo, leva de dois a três dias para compensar.

Se o meio de pagamento não pegou entre os grandes sites de e-commerce, já há comerciantes de empresas menores utilizando o Pix. Luciano Carvalho, dono da padaria Big Bread, que fica no bairro do Tatuapé em São Paulo, já oferece o pagamento por meio de QR Code nas comandas da padaria, e conta que tem uma economia tremenda com as taxas do cartão de débito ou das maquininhas. Os clientes da padaria não precisam ir até o caixa para fazer o pagamento. Basta fazer um Pix usando o QR Code da comanda e seguir para a catraca de saída. Carvalho diz que a tecnologia de QR Code, via Mercado Pago, já está em uso há seis meses. A diferença com o Pix é que agora o cliente pode usar seu banco preferido para fazer o pagamento, antes tinha de ter uma conta no Mercado Pago.

Continua após a publicidade

Furiato, do Mercado Pago, diz que as mudanças de mercado — com a possibilidade do cliente escolher qual banco utiliza para pagar — fazem parte do jogo. Mas, ele lembra que a empresa sai na frente porque há dois anos já opera com QR Code, então já tem uma base de clientes relevantes. Só em São Paulo, o Mercado Pago trocou as plaquinhas de QR Code para permitir o pagamento também com Pix de mais de dez mil estabelecimentos. Além disso, ao oferecer a tecnologia para varejistas, o Mercado Pago também concede descontos aos clientes que usam a ferramenta.

O jogo mudou, mas também reduz custos para a própria empresa que, para aceitar o débito, por exemplo, tinha de dividir a taxa com o banco e a empresa adquirente. De resto, a concorrência está aí. Uma delas vai vir com a Magazine Luiza, que recentemente adquiriu a empresa de pagamentos Hub para fazer seu próprio sistema. Outras como Casas Bahia e Ponto Frio, da Via Varejo, entretanto, ainda nem falam do assunto.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.