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Picanha mais barata? Governo promete medidas para reduzir o preço de alimentos

Carnes aumentaram 20,8% e fragilizaram popularidade de Lula. Casa Civil anunciou que está trabalhando para que preços fiquem mais baixos

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jan 2025, 15h40 - Publicado em 22 jan 2025, 15h03

Em meio à queda de popularidade, o presidente Lula adota uma nova estratégia para cumprir sua promessa de campanha. “União, reconstrução e comida barata na mesa do trabalhador”, afirmou ele, destacando esse objetivo como prioridade do governo durante a reunião ministerial de segunda-feira, 20. Como parte dessa prioridade, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou nesta quarta-feira, 22, que o governo está trabalhando em medidas para baratear os alimentos. Embora os detalhes dessas medidas ainda não tenham sido revelados, Costa afirmou que o governo tem dialogado com representantes de supermercados e está disposto a acatar sugestões.

“Vamos buscar conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, disse o ministro, sem especificar como tais intervenções ocorrerão.

Lula iniciou seu mandato com a promessa de colocar comida na mesa dos brasileiros, afirmando que “o povo via voltar a comer picanha”. A declaração, simbólica, sinalizava a ambição de tornar a carne, um item nobre e caro, acessível a todos, sugerindo uma redução ampla nos preços dos alimentos. Não foi o que aconteceu. O preço da carne bovina subiu 20,8%, com cortes populares como o acém e o patinho ficando mais de 24% mais caros. Para muitos, a tão prometida “picanha” de Lula se tornou um símbolo irônico da atual realidade econômica — distante do alcance da maioria.

O aumento do custo de itens essenciais, como carne, leite, frutas e café, agravou o mal-estar econômico de um governo que começou a perder credibilidade com a responsabilidade fiscal, o que fez o dólar escalar para cima de R$ 6. O câmbio é uma das explicações para a alta nos preços. O grupo Alimentação e Bebidas foi responsável por mais de um terço da alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, com os preços nesse segmento saltando 7,69% — um número que supera de longe a inflação geral de 4,83%.

Além da valorização do dólar, fatores climáticos também contribuíram para essa alta. As condições climáticas extremas — com a ocorrência simultânea dos fenômenos El Niño e La Niña — prejudicaram a produção agrícola, gerando quebras de safra que impulsionaram os preços.

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O café, um dos símbolos nacionais, experimentou uma alta expressiva de 39,6% em 2024, com o preço do pacote de 1 kg chegando a quase R$ 50, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O preço da laranja-pera, impulsionada pela disseminação da doença greening, disparou 48,3% no ano. E o leite, apesar de uma leve recuperação na produção, sofreu com a alta da demanda e fechou o ano com um aumento de 18,8%.

Fatores como a valorização do câmbio e o aumento da renda da população ainda podem exercer pressão sobre os preços. “O crescimento do poder aquisitivo pode impulsionar os preços, pois, com o aumento do consumo, os vendedores, cientes de que os consumidores têm mais dinheiro, tendem a testar o mercado, elevando os preços para ver até onde o consumidor está disposto a pagar mais”, alertou o ministro. No entanto, uma safra mais robusta pode mitigar esses efeitos. “Nossa expectativa é que a safra deste ano seja significativamente melhor, abrangendo diversos produtos, o que contribuirá para a redução dos preços”, afirmou. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a safra de 2025 deve crescer 7% em relação a 2024.

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