Petróleo, Ibovespa e dólar operam em queda, após os Estados Unidos atacarem o Irã
Ibovespa recua, apesar da alta das ações ligadas ao setor petrolífero, puxadas pelo agravamento do conflito entre Israel e Irã

O mercado reage com cautela, nesta segunda-feira 23, aos ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã realizados no sábado, 21. Os papéis de empresas petrolíferas operam em alta na bolsa brasileira. Por volta das 11h, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) apresentavam ligeiro ganho de 0,03%, negociadas a 35,92 reais. Já as preferenciais (PETR4) avançavam 0,52% para 32,99 reais.
As companhias privadas do setor registravam um desempenho ainda melhor. As ordinárias da Prio (PRIO3) subiam 0,99% e eram cotadas a 43,99 reais. Os papéis da PetroRecôncavo (RECV3) eram negociados por 15,89 reais, uma alta de 0,63% sobre o fechamento de sexta-feira. Apesar do grande peso da Petrobras no Ibovespa, o principal índice da B3 operava em queda de 0,59%, marcando 136 302 pontos.
A alta dos papéis de companhias petrolíferas reflete a expectativa de alta da cotação do petróleo, em reação ao agravamento do conflito entre Israel e Irã. Neste sábado, os Estados Unidos se envolveram diretamente no confronto ao atacar instalações nucleares iranianas. Teerã classificou o bombardeio como “um grave erro” e prometeu retaliar. Ontem, o Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, rota por onde passa 20% da produção mundial de petróleo.
Para que o bloqueio seja implementado, contudo, é necessária a aprovação do líder supremo do país, o aiatolá Kahmenei. A redução da oferta pode catapultar os preços do barril para mais de 100 dólares, segundo o banco americano Goldman Sachs. Seu cenário básico, porém, é de que o conflito não acarrete um corte severo de abastecimento, o que faria o barril se acomodar na faixa de 70 a 85 dólares.
Por ora, a escalada da guerra no Oriente Médio não causou novo aumento no preço do petróleo, que já havia subido devido ao conflito Israel-Irã. Ao contrário, supreendentemente, os contratos com vencimento em setembro para o tipo Brent chegaram a ser negociados com queda de 3% sobre a cotação da sexta-feira, a US$ 75 o barril.
No Brasil, outro sinal da cautela do mercado é a queda do dólar. Por volta das 11h20, a moeda americana era negociada a 5,52 reais para venda, com queda de 0,16%.