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Petrobras tem balanço um pouco pior, mas dividendos extraordinários seguem no radar

Gestores e analistas esperam que proventos extraordinários sejam pagos ainda este ano e que a companhia siga na rota de investimentos previstos

Por Juliana Machado Atualizado em 9 ago 2024, 16h06 - Publicado em 9 ago 2024, 12h19

O resultado da Petrobras no segundo trimestre deste ano veio relativamente abaixo das expectativas do mercado, mas nem tudo está perdido. Após o anúncio do pagamento de dividendos ordinários de 2,5 bilhões de dólares, em linha com o esperado, gestores e analistas esperam que proventos extraordinários sejam pagos ainda neste ano e que a companhia siga na rota de realizar os investimentos previstos no seu plano.

Na agenda da estatal, um dos principais propósitos é manter um nível de reserva de capital adequado para garantir o pagamento de dividendos ordinários em trimestres de prejuízo. Além disso, a distribuição de proventos extraordinários será baseada muito mais nas perspectivas de caixa do que no tamanho da reserva de capital da empresa, segundo relatório do Itaú BBA produzido a partir de encontro com a liderança da petroleira.

“Acreditamos que a intenção explícita da companhia de anunciar dividendos extraordinários até novembro será provavelmente bem recebida pelo mercado”, dizem os analistas Monique Martins Greco Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim no relatório. “A maioria dos investidores estava esperando que a Petrobras fosse discutir dividendos extraordinários após os resultados do quarto trimestre.”

Nos cálculos do Goldman Sachs, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), uma medida de lucro operacional, foi 4% abaixo do esperado, enquanto o lucro líquido veio em média 344 milhões de dólares abaixo das expectativas. Mesmo diante disso, a decisão de pagar dividendos foi e deverá continuar sendo baseada na posição de caixa da estatal e nas perspectivas de fluxo de caixa livre – a empresa não paga dividendos com base no lucro.

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“A Petrobras reduziu o seu guidance (estimativa) de capex (gastos com investimentos) para este ano de 18,5 bilhões de dólares para um intervalo entre 13,5 bilhões e 14,5 bilhões de dólares, sem eventuais fusões e aquisições”, afirmam os analistas Bruno Amorim, Guilherme Costa Martins e Guilherme Bosso, no relatório. “Isso reitera a nossa visão de que o capex orgânico ficará provavelmente abaixo do guidance e abrirá caminho para dividendos adicionais em relação aos níveis vistos no plano estratégico da empresa.”

Para os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte, do BTG Pactual, o anúncio dos dividendos em conjunto com uma revisão do capex “roubou a cena” do balanço, mas sem grandes impactos em termos de resultado do Ebitda e diante de impactos não recorrentes no lucro, como efeitos não caixa, ou seja, que não geram recebimentos e desembolsos no período.

“A companhia ainda oferece uma boa combinação de valor e vantajoso crescimento”, dizem os analistas do BTG em relatório. “Acreditamos ser altamente provável o anúncio de dividendos extraordinários antes de novembro, um evento importante de redução de risco e que mostra que, embora imperfeita, a governança da companhia permanece robusta.”

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