Pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos atingem maior nível desde outubro de 2024
Resultado surpreende os analistas, que esperavam uma queda das solicitações, e reforça a avaliação de que a economia americana está desacelerando

Os Estados Unidos registraram uma alta inesperada nos pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana encerrada em 31 de maio. As 247 000 solicitações registradas no período representam um aumento de 3% sobre as 239 000 da semana anterior, segundo o relatório do Departamento do Trabalho divulgado nesta quinta-feira 5. O número surpreendeu os analistas, que projetavam um recuo para 235 000 pedidos, segundo as agências de notícias Bloomberg e Reuters. O resultado também é o maior desde outubro do ano passado.
Com isso, a porcentagem de beneficiados ficou em 1,2% do total de americanos com direito ao seguro-desemprego na última semana de maio. A taxa foi levemente melhor que o 1,3% da semana anterior. As solicitações de seguro-desemprego apresentaram uma trajetória de alta durante todo o mês de maio. Na semana encerrada no dia 17, por exemplo, 226 000 americanos requereram o auxílio.
Apesar do avanço imprevisto nos últimos dias, o número total de desempregados beneficiados com a ajuda recuou ligeiramente de 1,907 milhão para 1,904 milhão da semana de 17 de maio para a de 24 de maio. Os dados sobre o total de beneficiados são divulgados com uma defasagem de uma semana em relação aos números dos pedidos iniciais de seguro-desemprego. Apesar da pequena melhora, o resultado está acima do 1,810 milhão de americanos assistidos no mesmo período do ano passado.
Segundo a imprensa americana, os números desta quinta-feira reforçam a avaliação de que a economia dos Estados Unidos está perdendo tração, à medida que a guerra comercial travada pelo presidente Donald Trump contra os demais países encarece a importação de insumos e matérias-primas, dificultando a vida das empresas locais.
Ontem, a consultoria ADP Research já havia informado que a geração de empregos no setor privado americano perdeu força em maio, registrando a criação de apenas 37 000 novas vagas, ante os 60 000 postos reportados em abril. Com isso, o país registrou seu pior desempenho desde março de 2023. Realizada em parceria com a Universidade Stanford, a pesquisa da ADP mostra que o setor industrial foi o que mais cortou vagas, encerrando o mês passado com um saldo negativo de 2 000 posições.