Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Páscoa vai ser menos gorda para empresas e preços de ovos não devem subir muito

Depois de um ano fraco para o setor, com a forte alta do dólar afetando os custos dos produtos, companhias decidiram controlar os valores para não assustar consumidor

Por Da Redação
21 jan 2015, 12h00

A estratégia das grandes marcas de chocolates para evitar uma Páscoa ruim é segurar parte da alta de custos do setor para que o consumidor não se assuste com os preços nas gôndolas. Apesar de a alta de 12,8% do dólar no ano passado ter afetado diretamente o custo dos produtos – já que o cacau é uma commodity cotada internacionalmente -, as empresas decidiram manter os reajustes de preço sob controle para que o setor pelo menos fique no “zero a zero” em relação a 2014.

A Nestlé está entre as companhias que prepararam uma Páscoa mais “frugal”. Segundo o gerente de marketing de Páscoa da multinacional, Pedro Abondanza, a Nestlé decidiu focar os lançamentos em suas marcas mais fortes e retirou alguns produtos das gôndolas, entre eles o Lollo, a grande aposta da Páscoa de 2013. A alta nos preços, segundo o executivo, ficará em 10% – no máximo. “Houve um esforço para minimizar o repasse de custos”, afirma. O controle de preços também está sendo aplicado pela Garoto, que deverá aumentar os preços em 8% em relação à Páscoa de 2014.

Tanta cautela tem razão de ser: 2014 não foi um bom ano para a indústria de chocolates. De janeiro a setembro do ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab), a produção nacional caiu 2% em relação ao mesmo período de 2013. “Estamos num cenário recessivo, de crescimento de PIB zero”, disse o vice-presidente da área de chocolates da entidade, Ubiracy Fonseca. Para 2015, o cenário é, no máximo, de manutenção dos patamares de 2014.

Apesar de estarem mais otimistas em relação ao próprio crescimento, as chocolaterias também decidiram segurar os preços para não assustar a clientela. A Cacau Show decidiu reajustar os preços em 7%, apesar de a alta de custos ter ficado acima deste patamar, segundo Alexandre Costa, fundador da Cacau Show.

A Lacta também vai reduzir sua produção deste ano de 28 para 26 milhões de ovos. A produção na fábrica da Mondelēz Brasil em Curitiba (PR) já começou em setembro e mais de 1 mil funcionários temporários foram contratados. A grande aposta da fabricante para este ano é o ovo Oreo, biscoito que existe há 103 anos.

Continua após a publicidade

No entanto, enquanto algumas empresas pretendem reduzir a produção em relação ao ano passado para evitar encalhes nos supermercados, a Cacau Show pretende elevar a quantidade de itens fabricados em 17% para a Páscoa em 2015. “A perspectiva é de um crescimento de faturamento de 25%”, diz o empresário, que pretende ter 1,8 mil unidades abertas no país até abril. A empresa, que faturou 2,4 bilhões de reais no ano passado, pretende fechar 2015 com 2 mil unidades. A Páscoa responde por um quarto das vendas anuais da Cacau Show.

Já a CRM, dona das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, projeta 20% de crescimento em relação à Páscoa de 2014 – a data concentra 30% de suas vendas anuais. Os preços, segundo a vice-presidente de marketing da CRM, Renata Moraes Vichi, devem subir 8% em relação a 2014. A companhia, que faturou 1 bilhão de reais em 2014, pretende investir na expansão da Chocolates Brasil Cacau, rede popular criada para bater de frente com a Cacau Show, que deverá fechar o ano com 700 pontos de venda.

Leia também:

Produção de chocolate cai, mas não afeta segmento premium

Continua após a publicidade

Aumento da contaminação por ebola pode encarecer chocolate

Saiba o que é possível comprar com os (muitos) reais gastos em ovos de Páscoa

Sofisticação – Para o diretor da Food Consulting, Sergio Molinari, o consumo de chocolates está se sofisticando no país – o que explica o ritmo mais veloz de expansão das redes especializadas em chocolates em relação às marcas que vendem em supermercados. Segundo o especialista, além de o acesso às chocolaterias estar mais fácil, pelo maior número de lojas, o varejo especializado oferece também mais opções de presentes aos consumidores. “Mesmo quem quer gastar pouco, pode trocar o ovo de Páscoa, que é mais caro, por bombons.”

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.