Para fazer frente a rivais, Shopper investe R$ 10 mi em loja para pets
Startup investida pelo fundo soberano de Cingapura lança nova vertente; estratégia pode ser repetida com produtos de beleza e vinhos
Fundada em 2015 com o intuito de facilitar a compra de itens recorrentes das famílias em supermercados, a startup Shopper lançou nesta quarta-feira, 20, uma nova vertente de seu negócio: a Pet.Shopper. Voltada para a entrega de produtos para animais de estimação, com um investimento de 10 milhões de reais, a ideia é que a nova área sozinha corresponda a um faturamento de até 85 milhões de reais em 2024. Com a nova empreitada, a empresa evolui seu portfólio destinado aos animais de estimação de 500 para 1.700 produtos – ao todo, o e-commerce concentra um sortimento de mais de 10.000 itens.
Em entrevista a VEJA, Fábio Rodas, cofundador e CEO da plataforma, afirma não temer à concorrência específica do setor pet, que já atua com programas de assinatura – casos de marcas como Petlove, Petz e Cobasi –, e diz que o mercado ainda é muito fragmentado. “Nós vimos que mais de 50% dos nossos clientes têm algum pet em casa e menos de 2% deles compravam produtos [para os bichinhos] com a gente”, diz ele. “Esse mercado fatura 40 bilhões de reais ao ano e é muito pulverizado. As três maiores companhias do setor têm um percentual pequeno disso. Então, tem um espaço enorme para a gente crescer.”
A companhia distribui seus produtos a partir de seus dois centros de distribuição em São Paulo: um na cidade de Osasco e outro localizado no interior, em Ribeirão Preto. A atuação, hoje, conta com cerca de 700 fornecedores e atende a 120 cidades no estado – ainda não há previsão de levar o projeto para demais regiões do país. “Estamos expandindo constantemente, mas nosso foco ainda é o estado de São Paulo”, diz Rodas. “Continuamos a fazer nossa expansão geográfica dentro do estado. Em junho, chegamos a Campos do Jordão.”
Além do mercado pet, o “supermercado digital” havia ampliado recentemente seu portfólio de vinhos. Mais de 100 rótulos foram adicionados ao portfólio da Shopper. Os próximos passos, revela o CEO, devem ser o investimento em lojas segmentadas voltadas à beleza e bem-estar e ao mercado de vinhos. Depois de dobrar a receita nos anos de 2021 e 2022, neste ano a estimativa da companhia é registrar um crescimento de cerca de 50%.
Investida pelo fundo soberano de Cingapura, o GIC, pela Minerva Foods e pelo fundo Quartz, do empresário José Galló, ex-CEO da Renner, a Shopper não tem pressa para fazer novas rodadas de captação – em 2021, a empresa levantou 290 milhões de reais. “É um momento muito ruim [para fazer captação]. Não pretendemos fazer algo nesse sentido pelos próximos dois anos. Depois disso, é provável que tenhamos de fazer uma nova rodada”, revela o executivo. “Se o mercado melhorar antes disso, a gente pode antecipar esse movimento. Mas não é algo provável.”