Para crescer no país, Boeing anuncia centro de tecnologia em São Paulo
Companhia anuncia seu 15° centro de inovação no mundo; ideia é ter 500 engenheiros no espaço
A fabricante de aviões Boeing inaugurou nesta terça-feira, 10, seu centro de engenharia e tecnologia situado em São José dos Campos (SP), cidade que abriga a empresa desde 2014. O centro é um dos 15 da companhia espalhados pelo mundo que desenvolvem tecnologia para impulsionar a inovação aeroespacial. O espaço também comportará cerca de 500 engenheiros da Boeing. A empresa não divulgou o volume de investimento na operação.
“Nossos investimentos no Brasil são amplos e refletem o fato de que a Boeing considera o país um parceiro estratégico para solucionar alguns dos maiores desafios da indústria aeroespacial do mundo”, disse Landon Loomis, presidente para América Latina e Caribe e vice-presidente de políticas globais da Boeing. “Ao expandir nossa colaboração com o Brasil, o país também poderá desempenhar um papel ainda mais relevante no atendimento à demanda global por aviões nos próximos 20 anos, que estimamos ser de 8 trilhões de dólares.”
A empresa assinou um Memorando de Entendimento com o governo de São Paulo com o foco no desenvolvimento tecnológico aeroespacial. Dentre os principais compromissos firmados estão a capacitação em engenharia aeroespacial e o aprimoramento e fortalecimento do fluxo de talentos no ecossistema aeroespacial.
A Boeing também está liderando, ao lado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um projeto de sustentabilidade que estende a parceria para desenvolver a terceira fase do banco de dados SAFMaps, que permite entender a viabilidade dos insumos mais promissores para produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na siga em inglês) em áreas específicas no Brasil. O setor tem o compromisso de zerar as emissões de carbono de sua frota até 2050. Estima-se que o custo disso é avaliado em até 5 trilhões de dólares.
“Apoiado pela Boeing, o desenvolvimento do SAFMaps como uma inovadora plataforma web da Unicamp está focado em ajudar a acelerar a produção de SAF no Brasil. O projeto, liderado pela universidade, inclui atualmente 13 estados brasileiros com maior potencial de produção de biomassa. Integra também informações essenciais sobre potenciais matérias-primas, alinhando-se às regulamentações internacionais que visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de alcançar uma aviação ainda mais sustentável”, disse Arnaldo Wagner, professor de engenharia mecânica e líder do projeto.
A companhia também anunciou seu primeiro programa de estágio da empresa no Brasil, voltado para estudantes do último ano de engenharia. A iniciativa está alinhada com a estratégia global da empresa de contribuir para a excelência em engenharia nos países onde atua.