Para além do Ibovespa: B3 entra em ‘nova era’ de índices de mercado
Índices IBEE, voltado para empresas estatais do Ibovespa, e IBEP, das empresas privadas começam as negociações hoje
O Ibovespa há muito tempo já não está sozinho quando o assunto é indicadores de mercado desenvolvidos pela B3 para representar as empresas listadas. Mais relevante entre todos, o Ibovespa foi criado em 1968 para capturar o desempenho das ações mais líquidas da bolsa de valores. Hoje, 56 anos depois, dois novos índices baseados nele começam a operar: o IBEE, voltado para empresas estatais que integram o índice, e o IBEP, das empresas privadas — e os lançamentos não vão parar por aí.
“Vocês vão ouvir mais sobre os índices da B3 do que ouviram nos últimos anos”, afirma Ricardo Cavalheiro, superintendente de índices da B3, em entrevista a VEJA. “Teremos mais novidades para 2025.”
Segundo Cavalheiro, a criação dos dois índices lançados agora foi fruto de conversas e interações com o mercado de capitais brasileiro, que levaram a bolsa a “ver sentido” na elaboração de indicadores que servissem de lastro para o desenvolvimento de novos produtos — como os fundos de índice, ou ETFs, cujas cotas são negociadas na bolsa. “Temos investido em lançamentos de ‘satélites’ do Ibovespa porque é um índice conhecido e divulgado, além de ser referência do mercado brasileiro.”
Só neste ano, além do IBEE e do IBEP, já foram lançados o Ibov Smart High Beta B3, o Ibov Smart Low Volatility B3 e o Ibovespa B3 BR+, composto pelos papéis que já integram o índice e dos BDRs (recibos de ações) de empresas brasileiras negociadas no exterior.
Cavalheiro também conta que iniciativas para modernização da plataforma da B3, com novos softwares de cálculo, vêm sendo desenvolvidas para ajudar na criação dos chamados “índices sob demanda”, com indicadores mais customizados, que vão atender especificamente alguns parceiros, como gestoras, corretoras e casa de gestão de patrimônio (wealth management).
“Temos, por exemplo, o modelo de cálculo intradiário [do desempenho], mas um investidor pode ter uma necessidade diferente, de ver o desempenho apenas no fechamento do dia. Com esses avanços tecnológicos, poderemos atender. O cliente pode também querer uma política de rebalanceamento diferente, como ano a ano, o que também poderemos viabilizar”, exemplifica. “Essa nova plataforma tecnológica nos permitirá ser mais ativo nesse sentido.”