SÃO PAULO, 19 Jan (Reuters) – O sucesso em novos leilões de dívida soberana na Europa e balanços corporativos melhores nos Estados Unidos ampararam mais um dia positivo para ativos de risco nesta quinta-feira, em meio a outros indicadores sinalizando força na economia norte-americana.
No Brasil, investidores digeriram o corte de 0,5 ponto percentual sobre a Selic feito pelo Banco Central na noite passada. Os DIs recuaram, por expectativas de outra redução do juro em março, após o BC não ter sinalizado, no texto que acompanhou a decisão, mudanças no atual cenário para o ciclo de afrouxamento monetário.
Os demais mercados brasileiros acompanharam a melhora no cenário externo, com o Ibovespa e o real marcando a quarta alta seguida, diante do alívio nas preocupações com a zona do euro.
A trégua foi ditada por novos bem sucedidos leilões de dívida. França e Espanha emitiram mais de 15 bilhões de euros em títulos públicos, sinalizando menor receio com a capacidade desses países de honrarem seus compromissos mesmo após terem suas notas rebaixadas pela Standard and Poor’s na sexta-feira.
Esperanças em torno de um acordo para a dívida grega também ajudaram, com os agentes acreditando que o país possa evitar um calote de sua dívida apesar do pouco progresso nas negociações com credores internacionais.
O noticiário positivo não se restringiu apenas à Europa. Nos Estados Unidos, dados mostrando que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego se aproximaram da mínima em quatro anos referendaram avaliações de que o mercado de trabalho norte-americano tem demonstrado recuperação, reforçando perspectivas para o crescimento da maior economia do mundo.
Economistas consultados em pesquisa da Reuters elevaram sua estimativa para alta da atividade econômica nos Estados Unidos a 2,2 por cento neste ano, ante 2,1 por cento na pesquisa anterior.
Mas uma sondagem global sinalizou que a economia global perderá força neste ano. De acordo com o levantamento -que cobre todas as 20 principais economias desenvolvidas e emergentes, assim como outras na Ásia- a expansão econômica mundial deve desacelerar para cerca de 3,3 por cento neste ano, contra estimados 3,7 por cento em 2011.
O Brasil, no entanto, deve contrariar esse cenário ao crescer 3,3 por cento em 2012, segundo a mesma pesquisa, ante 3 por cento em 2011.
O analista sênior da Moody’s Mauro Leos afirmou nesta quinta-feira que agência de classificação de risco pode monitorar mais de perto o rating de crédito do Brasil no segundo semestre deste ano. Atualmente, a Moody’s classifica o país como “Baa2”, com perspectiva positiva, o que significa que uma elevação do rating é possível.
A agenda de indicadores doméstica é vazia na sexta-feira. No exterior, destaque para dados preliminares sobre a atividade industrial da China em janeiro, bem como para os números sobre vendas de moradias usadas nos Estados Unidos.
Veja como ficaram os principais mercados financeiros nesta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,7631 real, em queda de 0,20 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa subiu 0,33 por cento, para 61.926 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de x de reais.
ADRs BRASILEIROS
Às 18h15 (horário de Brasília), o índice dos principais ADRs brasileiros avançava 0,28 por cento, a 32.731 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 estava em 9,880 por cento ao ano, ante 9,990 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,2935 dólar, ante 1,2854 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, estava estável em 131,939 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,722 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 13 pontos, para 218 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 15 pontos, a 370 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,26 por cento, a 12.611 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,42 por cento, a 1.313 pontos, e o Nasdaq ganhava 0,61 por cento, aos 2.786 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto fechou em queda de 0,20 dólar, ou 0,20 por cento, a 100,39 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 1,9788 por cento, frente a 1,898 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de X)