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‘Paciência’ e ‘serenidade’: as respostas do Copom às críticas de Lula

Comitê de Política Monetária do Banco Central faz acenos ao Ministério da Fazenda e o arcabouço, mas reforça que deve manter os juros altos

Por Larissa Quintino Atualizado em 9 Maio 2023, 13h32 - Publicado em 9 Maio 2023, 09h11

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, afirmou que a política monetária que manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, exige “paciência e serenidade”. A expressão, repetida em três momentos diferentes da ata serve como resposta ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem atacando a condução do BC e do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, da taxa Selic.

“O Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária”, diz o colegiado na ata da reunião que manteve a Selic em 13,75%. O documento foi divulgado nesta terça-feira, 9.

De acordo com o Copom, a decisão de manter a Selic no patamar mais alto desde 2016 se deve a um processo de desinflação lento. Isso, segundo o colegiado,  está “em linha com a visão de uma inflação movida por excessos de demanda, em particular no segmento de serviços” e que esse processo demanda a serenidade e paciência para garantir a convergência da inflação para as metas. A projeção do BC para a inflação é de 5,8% para 2023 e 3,6% para 2024, acima das metas do Conselho Monetário Nacional, de 3,75% e 3,5%, respectivamente.

Assim como na reunião passada, o comitê faz um aceno ao Ministério da Fazenda e cita medidas fiscais que visam controlar as expectativas — como câmbio, PIB e a trajetória da dívida. Segundo o Copom, tanto a  reoneração dos combustíveis quanto a entrega do novo arcabouço fiscal são bons sinais sobre o caminho da política fiscal, importante para as expectativas. Porém, o comitê lista “a incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional” como um dos grandes fatores de risco para a inflação. O relator do texto, deputado Claudio Cajado (PP-BA) deve entregar nos próximos dias o relatório com algumas alterações, inclusive do nome do projeto, que deve mudar para Regime Fiscal Sustentável.

Assim como pede paciência e serenidade, o comitê também afirmou em três pontos diferentes do relatório que não há relação mecânica entre a aprovação do arcabouço e a redução dos juros — que é uma das grandes esperanças do governo Lula. E utiliza justamente as ações do Ministério da Fazenda para dar exemplo sobre isso. “A reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária”, escreve. “O Copom enfatiza que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas.”

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