As chances de Lula e Bolsonaro no 2° turno segundo as casas de apostas
Levantamento de VEJA com seis empresas diferentes mostra Lula com, em média, 69,3% de chance de vitória contra 30,6% de Bolsonaro
Nestas eleições, diversas casas de apostas online registradas no exterior permitem que pessoas apostem quantias de dinheiro acreditando na vitória de determinado candidato nas eleições presidenciais brasileiras e, caso acertem, tenham retornos financeiros sobre o valor apostado. Tendo em vista que o que está em jogo é o próprio dinheiro dessas empresas, o seu cálculo sobre o retorno das apostas é complexo e leva em conta diversos fatores que minimizem suas perdas.
Um levantamento feito por VEJA com seis casas de aposta com o auxílio do professor Fábio Machado, chefe do departamento de Estatística do Instituto de Matemática e Estatística da USP, com dados disponíveis nos sites nesta quarta-feira, 5, às 11h, mostra uma porcentagem de chance aproximada para cada candidato, de acordo com as estimativas dos apostadoras. Ele mostra que, em média, elas veem Luiz Inácio Lula da Silva com 69,3% de chance de vitória no segundo turno contra 30,6% de Jair Bolsonaro.
As casas utilizam para as apostas um cálculo que chamam de “odds”, que na prática nada mais é do que o múltiplo que incidirá sobre o valor apostado no caso de acerto. Na casa Bet 365, por exemplo, para cada 1 real apostado na vitória do candidato Lula, o apostador ganha 1,33 real caso ele vença as eleições e 3,25 reais no caso de aposta e vitória de Bolsonaro. Quanto menor o valor pago pela aposta, significa que a casa espera que aquele evento tem mais chance de acontecer.
“A matemática das casas de aposta envolve também interpretações, é algo que fica no meio do caminho entre a matemática e o achismo, mas eles envolvem o dinheiro deles e por isso fazem um esforço muito grande para ter valores próximos à realidade. A lógica dos apostadores é diferente do que a paixão dos cidadãos indica”, diz Machado.
Cálculo
As casas não detalham como é feito o cálculo das suas “odds”, portanto para o levantamento de VEJA foi feita uma projeção aproximada com base nos números disponíveis em cada site. “A estatística trabalha com probabilidades em um valor de 0 a 1. A chance do candidato ganhar é o inverso da ‘odd’ e por isso fiz o número ‘um’ dividido pelo valor da ‘odd’. No primeiro exemplo, a soma entre os dois candidatos deu 1,059. Em muitos casos, esta sobra de 0,059 é chamado de ‘juice’, ou seja, o quanto a casa ganha para fazer a aposta”, diz Machado. “Para chegar à porcentagem, tirei o ganho da casa e fiz uma regra de três para ver o resultado de cada candidato.”