ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Os sinais de Mercadante no BNDES: financiar exportações e economia verde

Petista assume banco de fomento com intuito de estimular PMEs, projetos sustentáveis e parcerias com outros países do Mercosul

Por Felipe Mendes Atualizado em 6 fev 2023, 23h13 - Publicado em 6 fev 2023, 16h09

Em cerimônia de posse do novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Aloizio Mercadante, de 68 anos, deu as diretrizes do que será o banco de fomento durante sua gestão. Mercadante defendeu que o BNDES faça parte da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, reclamou do volume de dividendos pagos pela instituição à União, e afirmou que o banco estimulará as exportações por parte da indústria brasileira, um pedido do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, que é responsável por gerenciar o BNDES hoje. A cerimônia também foi marcada pelas presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da ex-presidente Dilma Rousseff, além do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e do prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD).

No encontro, Mercadante fez questão de ressaltar os executivos de grandes bancos que representavam o mercado financeiro no evento, tais como Isaac Sidney, presidente da Febraban; Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco; e Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco. Mercadante também fez menção e elogios a Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp. “Muito bom tê-lo à frente da Fiesp”, afirmou Mercadante.

O petista disse que o BNDES “tem que ter visão de longo prazo, visão estratégica” e financiar, sobretudo, exportações, mas “não apenas de commodities agrícolas”. “As empresas brasileiras precisam disputar mercado, ganhar escala, ganhar competitividade e eficiência. Nós precisamos exportar. Essa é uma pauta fundamental para o futuro do BNDES, da indústria e do Brasil”, complementou.

Assim como o presidente Lula, Mercadante criticou o fim da taxa de juros de longo prazo, a TJLP, e afirmou que o atual modelo prejudica as micro, pequenas e médias empresas que precisam tomar crédito no mercado. “Não queremos e não estamos reivindicando um retorno ao padrão de subsídios do orçamento como ocorreu no passado, mas uma taxa de juros mais competitiva, sobretudo para micro, pequenas e médias empresas”, disse ele. “Atualmente, a TLP (Taxa de Longo Prazo) apresenta enorme volatilidade e representa um custo financeiro acima do custo da dívida pública federal, o que penaliza de forma desnecessária as micro, pequenas e médias empresas.”

Sobre os dividendos, Mercadante disse ser “injusto” que o BNDES pague 60% dos seus dividendos para o Tesouro, enquanto o Banco do Brasil paga cerca de 40% desse montante. “Nós queremos isonomia no tratamento”, afirmou ele.

Continua após a publicidade

Embora tenha dito que não almeja que o BNDES dispute mercado com os bancos privados, Mercadante pediu para que a instituição faça parte da Febraban. “Prometo que as reuniões vão ficar mais interessantes”, disse ele, mencionando o presidente da federação. “Se quisermos ter futuro, nós precisamos de um BNDES mais presente e atuante e de uma relação de equilíbrio para o Tesouro, mas nao pretendemos ficar disputando mercado com o sistema financeiro privado”, reiterou.

Mercadante afirmou que, hoje, há um hiato de 226 bilhões de reais em investimentos em infraestrutura no país e prometeu usar o banco de fomento para “dar suporte a esses investimentos”, apoiando sobretudo projetos que tenham como foco uma transição para a economia de baixo carbono. “Transitar de uma economia de baixo carbono com empregos verdes e de baixa emissão é um imperativo que orientará a estratégia do banco”, afirmou. “Não existirá futuro sem preservar a Amazônia e outros biomas. Essa será a prioridade do BNDES.”

Por fim, Mercadante afirmou que a eleição de Lula “reposicionou o Brasil no mundo e abriu uma nova janela de oportunidades”. “Saímos da nossa condição de pária, herdada pelo governo anterior, e voltaremos a ser uma grande liderança ambiental e mundial e o país respeitado que fomos no passado”, disse ele, atacando o legado deixado por Jair Bolsonaro.

Na sequência, o vice-presidente Geraldo Alckmin voltou a enfatizar que a reforma tributária é “essencial para o florescimento da indústria”, elogiou a equipe montada por Mercadante e pediu cooperação do banco de fomento junto à indústria, sobretudo para exportações. “O BNDES é central para o financiamento de PPPs e concessões para a economia brasileira”, afirmou Alckmin. “Financiar as exportações brasileiras é gerar empregos no Brasil”. Para ele, o Brasil precisa aprovar o “bom momento” para retomar as tratativas para um acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.