Os estudos da Eletrobras para ajudar Lula a baratear a conta de luz
Fonte ligada à distribuidora admite empenho para aumentar repasses a fundo do setor e atender a desejo do governo

A Eletrobras iniciou estudos para atender a uma demanda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pode ajudar a baixar o valor da conta de energia elétrica no país. A pedido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a distribuidora está em negociação para antecipar do fluxo de pagamentos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A empresa e suas subsidiárias pagaram cerca de 5 bilhões de reais ao fundo em 2022 e tem, segundo contrato firmado durante o processo de desestatização, até 2047 para realizar o pagamento de mais de 27 bilhões de reais.
Caso a antecipação dos repasses seja bem-sucedida, o governo pretende utilizar o fundo para reduzir a conta de luz do brasileiro. A expectativa do mercado, apontada em notas do Credit Suisse e da Genial Investimentos, é que o reforço da parceria da empresa com o governo gere um apaziguamento na relação, conturbada após diversas críticas do presidente Lula à privatização da companhia. Um sinal dessa aproximação é um anúncio feito na quarta-feira, 5, que os programas Luz para Todos e Mais Luz para a Amazônia continuarão sendo geridos pela Eletrobras por mais 12 meses.
Conselho
Um dos objetivos do governo é aumentar a presença da União no conselho de administração da Eletrobras — uma forma para isso seria ampliar o número de conselheiros dos atuais nove para onze. Isso, no entanto, está fora de cogitação. Segundo uma fonte ligada à distribuidora, dificilmente haverá expansão no quadro de membros do conselho, uma vez que os próprios integrantes votaram e aprovaram a sua diminuição anteriormente. Fora isso, essa fonte ainda ressalta que o estatuto da companhia é rígido em relação ao cumprimento da Lei das Estatais, que reduziu a ingerência política nas estatais desde sua aprovação, durante o governo de Michel Temer, em 2016.