Opep decide manter cota de produção
Mesmo beneficiados pela elevação dos preços da commodity, os membros da organização estão preocupados com os efeitos da queda do dólar
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu manter as cotas de produção do grupo, confirmou nesta quinta-feira o presidente do cartel, Wilson Pastor, após a primeira reunião ministerial realizada desde março. A Opep não altera a cota de produção desde dezembro de 2008. Pastor, que também é ministro do Petróleo do Equador, disse que o grupo concordou em se reunir novamente em 11 de dezembro, em Quito.
A decisão era esperada, uma vez que os países produtores continuam a se beneficiar do elevado preço do petróleo, ao mesmo tempo em que produzem efetivamente volumes superiores às suas cotas. O secretário-geral da Opep, Abdalla Salem el-Badri, disse que a taxa média de comprometimento dos países com suas cotas é de 61%. “Precisamos alterar essa taxa diante da protuberância dos estoques comerciais”, afirmou.
Porém, os ministros mostraram preocupação com as incertezas relacionadas à recuperação econômica global e com a queda do dólar, que reduz o poder de compra de muitos países do grupo. Os países também demonstram discordância sobre os níveis de preço que consideram confortáveis para a commodity.
O presidente da companhia estatal de petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, disse que ” 100 dólares é um preço perfeito para o próximo ano”. Contudo, a Arábia Saudita (maior exportadora de petróleo do mundo) considera adequado o petróleo entre 70 e 80 dólares o barril – nível tido como ideal por muitos produtores e consumidores e capaz de oferecer uma receita suficiente para investimentos em perfuração, sem prejudicar financeiramente os demandantes.
O ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali Naimi, disse que o país “está muito satisfeito com a atual situação do mercado” e minimizou a demanda de alguns ministros mais agressivos – sob pressão das frágeis condições econômicas locais – por elevação dos preços, para compensar o enfraquecimento do dólar ante o euro e outras moedas. “Todos têm sua própria opinião. Nós estamos satisfeitos com o modo que o mercado está”, afirmou Naimi. Na reunião, ficou decidido também que o Irã irá assumir a presidência do cartel em 2011.
(com Agência Estado)