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Ônibus perde espaço para carros de aplicativos, metrô e trens em SP

O total de trajetos diários feitos de táxi e aplicativo subiu de 100.000 para 500.000 em dez anos

Por Redação
Atualizado em 12 dez 2018, 15h58 - Publicado em 12 dez 2018, 13h35

Os deslocamentos feitos de ônibus na Grande São Paulo vêm perdendo espaço para outras modalidades, como aplicativos de transporte, como Uber, 99 e Cabify, metrô e trens. Isso é o que mostra a Pesquisa Origem Destino, divulgada nesta quarta-feira 12 pelo Metrô de São Paulo.

De 2007 para 2017, o total de viagens realizadas diariamente pelo Metrô saltou de 2,2 milhões para 3,4 milhões. No mesmo período, os deslocamentos de trem passaram de 800.000 para 1,3 milhão por dia. A soma de trajetos diários feitos de táxi e aplicativo subiram de 100.000 para 500.000 em dez anos. Somente as viagens de ônibus caíram: passaram de 9 milhões para 8,6 milhões por dia.

O número de viagens feitas por aplicativos já é três vezes maior nas comparação com os táxis. Diariamente, são 362,4 mil viagens, ante 112,9 mil feitas pelos carros com placas vermelhas. O surgimento dos aplicativos, entretanto, não significou queda no uso dos táxis. Comparado com os dados de 2007, o total de viagens cresceu 24,5%. Naquele ano, eram 90,7 mil deslocamentos diários feitos pelos taxistas, que ainda não contavam com a opção de serem chamados também por aplicativos de celular.

Para o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra, após o susto inicial que os novos modos de transporte causaram , a categoria e os clientes se adaptaram. “Parte da população que começou a usar esses aplicativos viu que os motoristas não tinham a mesma qualificação do taxista. As autoridades sabem tudo do taxista, fiscalizam, o que não acontece com os aplicativos. Então, muita gente voltou para o táxi”, afirma. “Além disso, o táxi tem o preço fixo, enquanto esses aplicativos às vezes variam de preço”, argumenta.

Como os dados da pesquisa são preliminares, é correto afirmar, entretanto, que o uso tanto de aplicativos quanto o de táxi deve ser maior. Isso porque o dado já tabulado pelo Metrô é o do “principal modal”, ou seja, o principal meio de transporte na viagem.

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Exemplo: se o usuário tomou um Uber até uma estação de metrô, e seguiu sobre trilhos, a viagem é contabilizada como “de metrô” e fica fora da conta. O mesmo vale se a ida até a estação foi de táxi. Somente quando a pesquisa for apresentada na íntegra é que o retrato contará essas viagens intermediárias.

No crescimento dos aplicativos, entretanto, além do valor  em geral menor do que o do táxi , os usuários destacam a praticidade. Impossibilitada quatro anos atrás de dirigir em razão de multas de familiares no próprio carro, a advogada Carla Sampaio, de 35 anos, virou uma cliente assídua de aplicativos. Pelo menos cinco vezes por semana, ela se locomove dessa forma. “Nunca mais terei um carro na vida. Eu me recordo do nervoso que sentia no trânsito, parada, naquela aflição, se começa a chover com medo de alagar, de um ladrão atacar e levar a bolsa no banco. Sem falar no custo para manter, com impostos e estacionamento.”

Carla não somente trocou o próprio carro pelo aplicativo como convenceu o marido a fazer o mesmo. Nesta terça-feira, 11, ele vendeu o automóvel para fazer um teste. Pela primeira vez, a casa não terá carro na garagem. Para os deslocamentos, os dois vão usar, além dos apps, o táxi.

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“O serviço melhorou com a concorrência. O atendimento e a cortesia são outros hoje. E também tem a facilidade de andar no corredor de ônibus. Nesse ponto, supera o app.”

(Com Estadão Conteúdo)

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