O roteiro de Paulo Guedes nos últimos meses de governo
Esvaziado no governo, ministro da Economia faz encontros entre Europa e Estados Unidos para falar da imagem do Brasil

Com seus principais projetos atuais aquém de suas atribuições no cargo e abaixo das expectativas iniciais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, adotou uma nova estratégia: a de viajar o mundo tentando vender seu legado. Em um mês, Guedes foi da Europa aos EUA, onde tem se encontrado com agentes importantes da economia global, em roteiro similar ao feito em outubro do ano passado.
No mês passado, Guedes embarcou para discutir o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), junto ao secretário-geral do órgão, Mathias Cormann, em Paris, na França. Em seguida, frequentou uma reunião no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na Espanha, o ministro participou de um evento na Universidade Internacional de La Rioja e de um fórum organizado pela Fundação Internacional para a Liberdade. Em outubro passado, o ministro esteve em Roma, acompanhando a comitiva do presidente Jair Bolsonaro no encontro do G20.
Neste mês, o ministro partiu para os Estados Unidos, repetindo outra viagem que fez em outubro passado. Entre encontros com o diretor-executivo no Fundo Monetário Internacional (FMI), Afonso Bevilaqua, e a reunião de ministros de finanças do G20, um dos posicionamentos do ministro chamou a atenção. Em uma entrevista, Paulo Guedes criticou as sanções impostas por países do Ocidente à Russia e afirmou ser contrário à expulsão do país presidido por Vladimir Putin do FMI. Ele ainda afirmou que a visita do presidente Jair Bolsonaro ao autocrata russo, em fevereiro, não se deu no tempo certo. “O momento não era adequado. Mas o fato é que o Brasil, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, votou duas vezes condenando a Rússia”, disse.