O papel da filha de Putin para tentar aliviar a situação da economia russa
Katerina Tikhonova ganha papel de destaque no lobby empresarial mais poderoso do país

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, mais uma vez, ressalta o caráter pessoal na Guerra na Ucrânia. Katerina Tikhonova, filha de Putin, recebeu um importante papel no governo para ajudar na recuperação econômica do país, abalado com as sanções internacionais. Segundo o grupo de mídia russo RBC, Tikhonova foi nomeada co-presidente do conselho que coordena a política de substituição de importações na União Russa de Industriais e Empresários (RSPP), principal organização no setor.
É a primeira vez que a filha de Putin assume um papel de tal magnitude política e impacto economico. Além de ex-dançarina acrobática, Tikhonova tem vasta trajetória acadêmica, sendo uma das principais executivas da empresa Innopraktika, uma subdivisão da Universidade Estadual de Moscou, com foco em inovação e apoio de startups nacionais.
O papel de destaque no lobby empresarial mais poderoso do país, vem acompanhado de uma intenção máxima de Putin. A substituição de bens e serviços estrangeiros por alternativas domésticas são defendidas pelo governo desde as primeiras sanções ocidentais com a anexação da Crimeia, em 2014. Já as fortes sanções neste ano, inclusive no nível pessoal, obrigaram o governo a impulsionar a política de substituição de importações.
Em consequência da guerra na Ucrânia, iniciada pelo governo russo, a relação comercial com as grandes economias ocidentais está anulada no longo-prazo, sem previsões para uma trégua. Agora com membros da família de Putin, a política de priorizar a produção nacional, vem acompanhada do estreitamento das relações comerciais com países asiáticos. Inclusive, há também novas perspectivas para a América do Sul. Na última segunda, 11, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil pode receber, em até 60 dias, óleo diesel vindo da Rússia.