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O estrago das fake news nos negócios brasileiros

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial mostra que 50% das empresas foram alvos de notícias falsas

Por Larissa Quintino Atualizado em 6 out 2022, 11h57 - Publicado em 6 out 2022, 10h01

A disseminação de notícias falsas, que ganhou os holofotes com as eleições de 2018 e não saiu mais do foco, tem grande impacto em reputações. E não é só na política que há esse estrago. Fake news também geram consequências nos negócios. Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 50% dos entrevistados já foram alvos da publicação de fake news e a grande maioria (92%) tem preocupação com o tema e realiza monitoramento de notícias na mídia sobre a própria marca.

Participaram do estudo 62 organizações. A quase totalidade das organizações participantes são privadas (82%). A maioria (53%) tem o capital com origem brasileira, está localizada em São Paulo (57%) e tem mais de 1.000 colaboradores (58%).

Segundo os entrevistados, os principais impactos das fake news nas empresas são, pela ordem, danos causados à reputação da marca, danos à imagem da organização, perdas econômicas financeiras e danos à credibilidade da organização. Também foram considerados danos pelo envolvimento em processos judiciais, danos à reputação da liderança da organização e qualidade dos produtos e serviços.

Tanto as organizações (50%) quanto os setores em que atuam (66%) já foram alvos da publicação de notícias falsas. A ocorrência teve uma frequência maior nos setores, 59% entre média e alta, uma vez que nas organizações foi de 26%. A publicação de fake news causou impacto econômico financeiro maior quando o setor foi alvo, com 58% tendo percebido efeito pequeno, médio ou grande. Quanto às organizações, esse impacto foi de 39%.

De acordo com Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje, a pesquisa tem por objetivo conhecer a dimensão do problema e os mecanismos que podem contribuir para mitigar a propagação das fake news. “Percebemos que há uma necessidade crescente nas organizações de incluir a desinformação no compliance, na matriz de riscos e como parte do atendimento aos critérios ESG”, diz.

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As organizações participantes, em sua maioria (57%), têm um comitê estruturado para lidar com uma eventual desinformação. A área de comunicação é integrante do comitê em todas as organizações, seguida pelas áreas jurídica (89%) e de recursos humanos (66%). A presidência ou superintendência participa em 80% dos comitês.

O monitoramento de redes sociais (90%) e o de notícias na mídia (89%) são as atividades analíticas relacionadas a fake news mais realizadas atualmente pelas organizações participantes do estudo. A parceria com agências de checagem é realizada por 13% das organizações participantes.

Acesso a informação

Para 90% dos participantes, as informações mais confiáveis são as encontradas nos veículos tradicionais (jornais e revistas impressos ou online), enquanto que as menos confiáveis são as encontradas nas redes sociais (82%).

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Os principais canais acessados para fins de informação relevante são, para as organizações participantes, os “jornais e revistas online (81%)” e as “redes sociais (61%)”. Também são acessadas “as agências de notícias (48%)”, “os jornais impressos (32%)” e “a televisão (19%)”.

Os participantes acreditam que as redes sociais (95%) são as que mais publicam fake news, seguida dos blogs e fóruns online (76%) e do compartilhamento entre amigos e familiares (61%). As mídias tradicionais, como jornais impressos e revistas impressas, as agências de notícias e o rádio, praticamente não foram citados pelos participantes como publicadores de fake news.

Para a maioria dos participantes (76%), as plataformas de redes sociais não têm feito o suficiente para auxiliar os usuários na verificação da veracidade de uma publicação antes de seu compartilhamento. Também acreditam que as plataformas deveriam ser as principais responsáveis por tomar medidas de combate a fake news.

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