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O duro recado do grupo liberal Livres entregue ao Congresso

Livres, que tem adesão de Persio Arida, pede que PEC da Transição de Lula seja rejeitada entre os parlamentares em respeito às contas públicas do país

Por Felipe Mendes 29 nov 2022, 20h31

O grupo de teorias liberais Livres, que tem entre os signatários o ex-presidente do Banco Central, Pérsio Arida, participante da equipe de trabalhos econômicos do governo eleito, defendeu em uma nota técnica, enviada a parlamentares nesta terça-feira, 29, a rejeição da PEC da Transição que foi entregue no Senado. A entidade afirma que “a proposta se soma às diversas alterações legislativas empreendidas sobre a regra do teto de gastos” e que as mudanças na regra fiscal “prejudicam a credibilidade do Brasil diante de credores de todo mundo, sabotando a efetividade da âncora fiscal em seu papel de prover a percepção de solvência da dívida no longo prazo”. A proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovar um ‘cheque’ de quase 200 bilhões de reais fora do teto de gastos para o pagamento de programas sociais e investimentos públicos.

No texto, feito pela diretoria do Livres (sem a participação de Arida), defende-se que o novo governo aproveite o início de mandato para discutir prioridades dentro do Orçamento e a implementação de uma nova regra de controle de gastos. “A implementação de políticas sociais sem responsabilidade fiscal tem um efeito perverso não só no longo prazo, mas também imediatamente, com a deterioração da confiança da sociedade na capacidade do Governo em seguir regras fiscais e promover políticas públicas de qualidade”, afirma a entidade. “Por isso, o Livres recomenda a rejeição da PEC da Transição.”

O Livres também pede articulação para que haja, ao menos, uma ‘contenção de danos’ em relação à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição no Congresso. “Caso a rejeição se mostre politicamente inviável, recomendamos uma atuação orientada pela redução de danos fiscais, como é o caso da proposta apresentada pelo Senador Alessandro Vieira, que teria menor impacto negativo nas contas públicas e na credibilidade da capacidade do governo em honrar seus compromissos”, diz o texto. “O governo eleito deve ser alertado para que aproveite o início de mandato para discutir as prioridades dentro do orçamento, fazendo cortes nas políticas caras e ineficientes. Além disso, é fundamental implementar uma nova regra fiscal com respaldo político efetivo e credibilidade.”

O grupo detalha, em quatro capítulos, sua preocupação com as políticas públicas do país. Em um deles, avalia que é importante zelar pela “eficiência das políticas públicas”, usando como exemplo a má focalização do Auxílio Brasil, principal programa social do governo de Jair Bolsonaro (PL). “O custo do Auxílio Brasil saltou de R$ 32 bilhões para R$ 106 bilhões, podendo chegar a R$ 160 bilhões em 2 anos. Mesmo assim, a fome está de volta, tamanha a falta de eficiência na focalização do programa. E com a inflação alta, o valor real recebido pelas famílias se derrete a cada mês”, afirma. “A proposta de criar um grande rombo no Teto de Gastos para garantir
políticas sociais, mas sem garantir a responsabilidade fiscal, é dar com uma mão e tirar com a outra.”

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Em outro trecho, o estudo do Livres aponta para projetos que poderiam melhorar as políticas públicas do país, como a Reforma Administrativa. A entidade defende que a proposta serviria para “promover a racionalização da gestão dos Recursos Humanos por meio de uma avaliação efetiva de desempenho que valorize o bom trabalho e combata a ineficiência”. Nesse sentido, o Livres defende que os poderes tomem medidas para melhorar a qualidade e a produtividade do serviço público. “Entre as medidas nessa direção, estão a necessidade de padronização e redução do número de carreiras do funcionalismo público.”

Sobre a reforma tributária, outro projeto parado no Congresso, o Livres defendeu o corte de “custos tributários por meio da revisão de subsídios setoriais, regimes tributários especiais e mecanismos de financiamento público. Estes subsídios capturam parcelas do orçamento público e o transferem a setores econômicos específicos, muitas vezes pouco eficientes e competitivos, distorcendo o funcionamento dos mercados, escolhendo vencedores e prejudicando a produtividade da economia.”

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