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O duro recado do Fed para o mercado com a elevação dos juros nos EUA

Banco Central americano eleva juros para 3,25% e sinaliza longo ciclo de política contracionista, o que desanima investidores

Por Luisa Purchio Atualizado em 21 set 2022, 16h48 - Publicado em 21 set 2022, 15h30

Como esperado pelo mercado, em comunicado divulgado na tarde desta quarta-feira, 21, o Federal Reserve Bank elevou os juros em 0,75 ponto percentual, para 3,25%, maior taxa desde 2008. Esta foi a quinta subida consecutiva do juros da maior economia do mundo, decisão tomada para combater a persistente inflação que atinge o país. A decisão impacta os investimentos do mercado de renda variável americano, já abalado pela política contracionista do Fed. No acumulado do ano, o índice Dow Jones acumula queda de 16% e o S&P 500 de 19,6%.

No comunicado, o Comitê de Política Monetária enfatizou que “está fortemente empenhado em devolver a inflação à sua meta de 2%” e que as avaliações para as próximas decisões “levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre saúde pública, condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais”.

Longo ciclo de aperto de juros

As projeções econômicas do comitê de política monetária dos Estados Unidos (FOMC, na sigla em inglês) apontam para um longo ciclo de subida de juros. Para 2022, a mediana das projeções dos integrantes do comitê apontam juros de 4,4%, alta de um ponto percentual em relação à projeção anterior, realizada em junho. Para 2023, os juros subiriam mais ainda, para 4,6%, e desaceleraria somente em 2024, para 3,9%. Em 2025, a mediana projeta juros em 2,9%.

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Esta política monetária contracionista acompanha as altas expectativas de inflação nos próximos anos, distantes da meta de 2% estabelecida pelo Fed. O FOMC prevê que o CPI Core, ou seja, o índice que mede a inflação excluindo itens voláteis como alimentos e combustíveis, terminará o ano de 2022 em 4,5%, enquanto 2023 encerrará com 3,1% e 2024, com 2,3%. Apenas em 2025 o índice atingiria 2,1%.

Já em relação à taxa de desemprego, as projeções são mais pessimistas que o relatório anterior, divulgado em junho. Para 2022, a taxa esperada é de 3,8%, enquanto para 2023 ela cresceria para 4,4% e assim se manteria até 2024, para em 2025 desacelerar para 4,3%. O PIB real para 2022, por sua vez, que desconta a inflação, foi significativamente revisto pelos integrantes, de 1,7% para 0,2%. Para 2023, a redução foi de 1,7% para 1,2%, enquanto para 2024 foi de 1,9% para 1,7%. Em 2025, a expectativa é que ele suba levemente para 1,8%.

 

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