O aumento no rombo das contas públicas projetado pelo mercado para 2026, segundo o Prisma Fiscal
O relatório, divulgado nesta sexta-feira, 16, pelo Ministério da Fazenda, reúne as expectativas mensais do setor privado para as principais variáveis fiscais
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16 Maio 2025, 12h18
A projeção de déficit primário para 2026 subiu e ultrapassou os 80 bilhões de reais, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Ministério da Fazenda no relatório Prisma Fiscal. A nova previsão é de um rombo de 80,689 bilhões de reais, acima dos 78,157 bilhões esperados no mês anterior.
A piora para o ano de 2026 ocorre apesar de uma leve melhora nas expectativas para 2025. A mediana das projeções indica déficit de 72,687 bilhões de reais neste ano, frente aos 73,656 bilhões estimados no relatório de abril.
O relatório, divulgado nesta sexta-feira, 16, pelo Ministério da Fazenda, reúne as expectativas mensais do setor privado para as principais variáveis fiscais. Os dados foram coletados até o quinto dia útil de maio.
O mercado também reduziu levemente a estimativa para a relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB), de 84,55% para 84,49%.
Na noite de quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará ao presidente Lula um conjunto de medidas para garantir o cumprimento da meta fiscal de 2025 e reforçou que o orçamento de 2026 não está sendo discutido ainda. Mas, segundo o ministro, não haverá possibilidade de recursos extra orçamentários para programas sociais como o Pé-de-Meia e o Vale Gás. Ele também afirmou que as medidas que serão discutidas com Lula na próxima semana são pontuais para assegurar o cumprimento do novo arcabouço fiscal em 2025.
O regime estabelece meta de déficit primário zero para 2025, superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,5% em 2027 e 1% em 2028. Há margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos. O arcabouço também limita o crescimento real das despesas a 70% do crescimento real das receitas do ano anterior, dentro de uma faixa de 0,6% a 2,5% ao ano, descontada a inflação.
Arrecadação, receita e despesas
Na arrecadação, a expectativa do Prisma Fiscal para maio é de 219,298 bilhões de reais, levemente abaixo dos 219,354 bilhões previstos no mês anterior. Para junho, a projeção subiu de 218,173 bilhões (abril) para 219,904 bilhões de reais (maio). Já para julho, a estimativa foi revisada de 240,763 bilhões para 240,903 bilhões de reais.
A previsão da receita líquida da União também aumentou: para maio, passou de 171,359 bilhões para 171,571 bilhões de reais. Em junho, subiu de 172,963 bilhões para 175,050 bilhões. Em julho, houve leve variação de 198,991 bilhões para 199,029 bilhões de reais.
Do lado das despesas, a estimativa para maio avançou de 232,938 bilhões para 234,355 bilhões de reais. Para junho, caiu ligeiramente, de 216,194 bilhões para 215,171 bilhões. Em julho, a expectativa subiu de 207,200 bilhões para 212,079 bilhões de reais.
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