ASSINE VEJA NEGÓCIOS

O alerta de Gustavo Franco, ex-BC, sobre riscos da ‘nova base governista’

Articulação do governo eleito com aliados sem vinculações históricas com a reponsabilidade fiscal pode levar o país ao caos, diz economista

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 dez 2022, 18h00 - Publicado em 8 dez 2022, 14h13

O ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Franco, apontou para os riscos da nova base governista do governo eleito que vem se desenhando antes mesmo da posse, a começar pela articulação de aliados para aprovação da PEC de Transição, proposta que prevê estouro por dois anos do teto de gastos, ampliando o teto de gastos do governo em mais de 145 bilhões de reais.

“Esse alerta precisa ser feito, pois a coalizão que se desenha, construída a partir de várias vertentes do chamado “Centrão” – inclusive incorporando o atual presidente da Câmara, o deputado Artur Lira –, não tem “vinculações históricas”, ou “associação programática”, com a responsabilidade fiscal”, escreveu o ex-BC e sócio fundador da Rio Bravo, na carta mensal estratégica da corretora.

Franco alertou para a repetição de um cenário vivenciado há décadas atrás quando o Brasil passava pela redemocratização após a queda do regime militar. “O grande risco é o de Nova República, e que desponta todas as vezes que se ouve a palavra “governabilidade”. Em 1985, este era o principal álibi para a irresponsabilidade, e do qual resultou a hiperinflação”, escreveu na carta. Franco lembra que a Nova República começou com inflação em 100% ao ano e terminou com 82% ao mês, em março de 1990 com o Plano Collor. “A irresponsabilidade fiscal, sobretudo quando enrolada na bandeira da governabilidade e da defesa da democracia, pode nos levar ao caos”.

Segundo o ex-BC, uma PEC generosa como essa também tende a afastar o Executivo de um retorno ao governo nos próximos anos. “O Legislativo compreende bem essa lógica e sabe como fazer para cobrar caro e parcelado pela sua parceria. É nesse contexto que se dá a escolha do novo ministro da Fazenda, e por si só, essa articulação já o esvazia”, observa.

Franco acredita que o eleito para comandar a pasta da Fazenda – uma da mais aguardadas pelo mercado – deve seguir a lógica do parlamentarismo, abandando o “tácito e incontroverso do conceito de Posto Ipiranga, e o retorno do desenho clássico dos ministérios econômicos”. O ex-BC ainda atribui como ‘natural’ que o mercado financeiro reaja mal ao enfraquecimento e divisão da área econômica, “especialmente no contexto de uma eleição que não tratou de economia e de um governo que começa, inclusive antes da posse, tirando férias da responsabilidade fiscal”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.