ASSINE VEJA NEGÓCIOS

“Não quero guerra fria, nem ter de escolher entre os Estados Unidos e a China”, diz Lula

Para Lula, o acirramento da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo é uma oportunidade para que a América do Sul se una

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 abr 2025, 15h15 - Publicado em 22 abr 2025, 15h13

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as possíveis consequências do recente acirramento da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, motivado pela escalada protecionista do novo presidente americano, Donald Trump, que impôs pesadas tarifas de importação a todos os países, incluindo sobretaxas de até 245% contra os chineses. Segundo Lula, a polarização criada pelo protecionismo de Trump pode arrastar o mundo para uma nova “guerra fria” – uma situação que seria indesejável para o Brasil e para os países da América do Sul, de acordo com o presidente.

As declarações foram dadas, durante o pronunciamento de Lula na cerimônia de assinatura de atos com o presidente do Chile, Gabriel Boric, que está em viagem oficial ao país. Ao se dirigir a Boric, o presidente afirmou que nem o chileno, nem ele, desejam uma “guerra fria”. “Eu não quero fazer essa opção entre os Estados Unidos e a China”, disse Lula. “Eu não quero ter preferências sobre um ou sobre outro. Eu quero ter relações com os Estados Unidos e com a China, quero negociar com todo mundo, quero vender e comprar, fazer parcerias.”

A posição de Lula é compreensível. De um lado, a China é a nossa maior parceira comercial e o país com quem mais acumulamos superávits. Os chineses são os principais compradores da nossa soja, carne e minério de ferro. De outro lado, com os Estados Unidos, o Brasil acumula déficits comerciais há mais de uma década, mas a América é o principal destino de nossas exportações de bens industrializados – logo, de maior valor agregado.

Lula acrescentou que os países sul-americanos devem aproveitar esse momento de rearranjo das relações internacionais para reforçar os laços de cooperação, investimentos e intercâmbio comercial. “Nós, presidentes de países da América do Sul, deveríamos compreender que, isolados, somos muito fracos.”

A defesa de que as nações da região devem se unir para negociar com os países mais ricos não é nova no discurso de Lula, mas ganha novos contornos neste momento em que Trump impôs pesadas taxas de importação a mais de 150 países no início de abril. Dias depois, diante dos protestos internacionais e das ameaças de retaliação por parte de parceiros importantes como a União Europeia, que ameaçou sobretaxar os produtos americanos com uma alíquota de 25%, Trump suspendeu a medida por noventa dias e afirmou que negociará concessões com os países que lhe oferecerem algo “fenomenal”.

Embora o Brasil tenha recebido a menor das sobretaxas previstas na ordem executiva assinada por Trump em 2 de abril – uma alíquota de 10% -, os negociadores do governo tentam convencer a Casa Branca a rever a decisão. Seu principal argumento é que o Brasil sofre déficits comerciais com os americanos há mais de dez anos. Em 2024, por exemplo, o resultado foi negativo em cerca de 300 milhões de dólares.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.